1.
Estudo de Caso: Metal Leve S/A
Eva
Stal
Numa
cronologia pontuada pelos fatos econômicos que marcaram o País,
como o incremento da indústria automobilística no governo Juscelino
Kubitschek e a recessão do governo Collor, esse estudo traça uma
radiografia da "cultura tecnológica" da empresa Metal
Leve S/A Indústria e Comércio, detentora de mais de 60% do mercado
nacional de pistões para automóveis e 98% do mercado de bronzinas.
A empresa fornece para multinacionais do porte da Fiat, Volkswagen,
General Motors e a Caterpillar norte-americana. O estudo detalha
o funcionamento da pesquisa científica dentro da empresa, que
conta com propostas inovadoras em nível de gestão; como as "células
de manufatura" e a criação de carreiras paralelas ou em Y
- especificamente para profissionais na área de P&D - tornando
possível a ascensão profissional sem a ocupação de cargos de gerência.

2.
O Caso do Instituto Butantã
Willian Antonio Cerantola
Esse
caderno analisa a capacidade de produção e pesquisa do Instituto
Butantã, e os problemas de gestão enfrentados em diversos momentos
de seus quase 100 anos de existência. O autor enumera, entre essas
dificuldades, o espaço curto de negociações salariais de técnicos
e pesquisadores, já que o Instituto se submete às "recorrências
políticas" da Secretaria de Saúde do Estado de São Paulo.
Cita ainda dificuldades decorrentes de atividades pioneiras do
Butantã. Um caso específico é a iniciativa de comercialização
de seus produtos, para geração de recursos, na década de 50, por
meio da empresa Delpech e Cia Ltda. Esta empresa retinha margens
de remuneração abusivas sobre os produtos produzidos pelos Instituto
(40%). São analisadas a natureza das diferentes estratégias de
trabalho adotadas pelo Instituto e as iniciativas de diversos
administradores, passando por Oswaldo Cruz, Willy Beçak e Isaías
Raw, concluindo que hoje a instituição é um centro de excelência
devido a sua estrutura organizacional voltada para uma estratégia
que prevê alternativas futuras, o que envolve a criação de diferentes
departamentos de pesquisa e inúmeros convênios com empresas e
demais institutos.

3.
O caso do Instituto de Matemática Pura e Aplicada
Paulo
Tromboni de Souza Nascimento
Esse
caderno demonstra que o instituto, criado em 1952, passa pela
pior crise de sua história. De um quadro de 42 pesquisadores em
1988, passou a 24 em dezembro de 92. Dos 28 assistentes de pesquisa
de 82, restaram apenas dois na época do estudo e a idade média
dos pesquisadores já ultrapassava 45 anos. Essa crise, segundo
o autor, deve-se ao fato de que o instituto é sustentado quase
que exclusivamente pelo poder público e mantém uma cultura acadêmica
pouco permeável a patrocinadores do setor privado. Numa análise
histórica crítica do instituto, o autor enumera casos em que o
contexto político do país influiu sobre seus rumos. Analisa ainda
algumas áreas promissoras no instituto, como a de computação gráfica.
Algumas posições da entidade são vistas com restrições, como a
concentração de atividades na área de sistemas dinâmicos.

4.
Estudo
de Caso: Departamento de Engenharia Mecânica da Universidade Federal
de Santa Catarina
Maria
Helena de Magalhães Castro
Sob
a visão de que compete aos centros de pesquisa tecnológica das
universidades a iniciativa de abrir e manter o contato com o setor
privado para garantir sua própria sobrevivência, o texto analisa
o Departamento de Engenharia Mecânica da Universidade Federal
de Santa Catarina. Relata a história e os procedimentos bem sucedidos
junto a várias empresas e os acertos e erros na área de gerenciamento
de recursos, citando vários casos específicos. Contando na época
de sua realização, 1992/93, com 138 patentes registradas, o Departamento
de Engenharia mantém uma grande lista no aparelhamento da indústria
e, para fazer eco a esses sucessos, conta com núcleo empenhado,
especialmente no marketing de seus trabalhos. O estudo analisa
ainda o imobilismo da maioria das empresas nacionais na área pesquisada
e as inúmeras iniciativas do departamento, como a criação, em
1987, de uma incubadora de empresas e seu bom relacionamento com
os governos municipal de Florianópolis e estadual de Santa Catarina.
Destaca ainda uma peculiaridade daquele centro de estudos: a presença
em seus quadros de uma maioria de integrantes de procedência étnica
européia.
5.
Estudo de Caso: Incor - Instituto do Coração do Hospital das Clínicas
da Universidade de São Paulo
Hilda
Maria Salomé Pereira
Esse
estudo analisa a ilha de excelência que
se tornou o Instituto do Coração, a inovação que o órgão representa
em termos de gerenciamento da instituição pública na área médica,
principalmente na administração financeira, de recursos humanos
e de marketing. Na sua análise a autora sustenta que um dos principais
fatores que levaram ao reconhecimento internacional do Incor foi
o fato de ele ter se voltado, desde sua criação, em 1963, para
o investimento em formação de profissionais e criação de novas
tecnologias, chegando inclusive a criar um mercado para seus produtos.
Não passa despercebido à autora que o Incor ganhou fôlego devido
ao excelente relacionamento de seus entusiastas, em especial os
professores Alípio Correa Neto e Euryclides de Jesus Zerbini,
com os governantes do Estado de São Paulo.

6.
Centros de Excelência em P&D na Empresa
Privada: O Caso da Rhodia S/A
James
Manoel Guimarães Weiss
Este
trabalho examina o Centro de Pesquisas de Paulínia (SP), pertencente
à Rhodia S/A, maior grupo químico privado do Brasil, envolvendo
um complexo de 20 empresas em cinco Estados brasileiros. O estudo
identifica as áreas de competência do Centro de Pesquisas, assim
como sua capacitação, como ele age e quais são suas relações com
a Rhodia. A análise das estratégias de negócios da empresa é feita
a partir do amplo processo de reestruturação econômica que caracterizou
o setor químico mundial ao longo da década de 80, e toma como
base depoimentos de seus executivos e pesquisadores. Fica evidenciado
o elevado grau de subordinação das atividades de P&D às estratégias
definidas pelas empresas. A estrutura organizacional, os recursos
humanos alocados nas atividades de P&D, seu fluxo de recursos
e sua sintonia com as decisões empresariais e linhas de pesquisa
são apontados como fatores decisivos para a condição de excelência
alcançada por esse centro de pesquisas.

7.
O Programa de Soja da Universidade Federal
de Viçosa
Tarcizio
Rego Quirino
Um
dos centros de estudo de melhor conceito no País, a Universidade
Federal de Viçosa (MG) mantém um peculiar Programa de Soja.
Ali são desenvolvidos diferentes tipos de sementes que visam,
entre outras coisas, melhorar o gosto do produto, com muito sucesso,
em convênios com empresas de grande porte como a Nestlé. Este
caderno analisa os impactos sociais e econômicos que o programa
causou na região do Cerrado, como a expansão do cultivo do produto,
devido em grande parte às atividades incrementadas pela UFV. Também
foram identificados nesse trabalho aspectos relacionados com a
cultura organizacional e arranjos administrativos da Universidade,
que ajudaram ou dificultaram o bom andamento do programa.
O estudo demonstra ainda a postura pragmática que permitiu ao
programa progredir dentro de um contexto sócio-econômico difícil,
e apresenta conclusões e análises que visam beneficiar os demais
centros, com as mesmas características, espalhados pelo País.
8.
Embraer: Trajetória de uma
Empresa de Alta Tecnologia brasileira
Roberto
Sbragia e José Cláudio C. Terra
A
EMBRAER é uma empresa bem conceituada no mercado internacional
de aviação. Produz aviões que são exemplos de excelência e contam
com grande receptividade em países do primeiro mundo, como o EMB-145,
o Super Tucano, o Brasília e o AMX. Apesar disto, sofre fortes
abalos devido às mudanças na gestão econômica do País e enfrenta
uma concorrência estimulada pelo próprio governo. Aviões estrangeiros,
por exemplo, entram no Brasil com isenção de impostos, enquanto
a Embraer é obrigada a pagar, sobre seu preço final, 19,2% de
impostos. Os autores analisam esses sucessos e essas contradições,
relatando os antecedentes da empresa, seu desempenho e suas estratégias
de marketing, tecnologia e de formação de recursos humanos. Os
autores abordam ainda a Embraer sob a ótica de uma empresa que
atua num setor que suscita paixões e estimula a discussão de vários
temas, como o papel do Estado como fomentador do desenvolvimento
tecnológico.

9.
Empresas Manufactureras Exitosas en Ibero-America:
Estudio de Casos Bios Chile
Eduardo
Testart Tobar e Rolando Zapata Campbell
Este
estudo analisa a empresa inovadora Bios Chile. Ela surgiu em 1986,
formada por um grupo de catedráticos e pesquisadores, quando os
chilenos ainda não tinham ouvido falar em alta tecnologia na área
de pesquisa biológica. Desde o princípio, a Bios Chile foi estruturada
com base em planejamento de estratégias que consideraram a realidade
chilena e da América Latina, e desde logo se preocupou em satisfazer
não apenas o mercado interno como também buscar mercado no exterior.
O texto deste volume analisa a empresa à luz dos acontecimentos
sociais e econômicos, tanto do Chile quanto do mundo, no que diz
respeito a tendências de pesquisa e inovações tecnológicas. Os
autores concluem que é importantíssima a participação governamental
no fomento de empresas e tecnologias que inovem a produção do
que já se conhece; e que a própria Bios Chile teve um desenvolvimento
marcado pelo incentivo governamental. Hoje, a Bios Chile tem grande
penetração na área de produtos para diagnóstico e tem, como principais
concorrentes, empresas multinacionais do porte da Johnson &
Johnson e Abbott

10.
Empresas Manufactureras Exitosas en Ibero America:
Estudios de Casos Julio Berkes S/A de Uruguay
Eduardo
Testart Tobar e Rolando Zapata Campbell
Uma
das mais antigas empresas investidoras em tecnologia do Uruguai,
a Julio Berkes S/A, metalúrgica especializada em calderaria leve
e pesada, pode ser tomada como paradigma das crises econômicas
pelas quais passou seu País. Investindo há décadas em tecnologia,
a empresa tem priorizado, segundo os autores, áreas de trabalho
que lhe garantam manter a qualidade de seus produtos, mesmo que
isso signifique perder clientes potenciais, que exigiriam mudanças
de rumo ou perda de qualidade. O estudo detalha como se processa
a gestão tecnológica da empresa, sua estratégia de marketing,
sua busca de suporte financeiro e sua gestão de recursos humanos.
Conclui, por fim, que o desenvolvimento de empresas inovadoras
não depende necessariamente das dificuldades econômicas pelas
quais passam o País, nem deve se submeter às alternativas que
o meio ambiente oferece, buscando sempre novos meios de incrementar
sua produção, principalmente na área de criação de tecnologias.

11.
Mudança Tecnológica, Processo Inovador e Espaço - considerações
teóricas e aproximação ao caso português
Margarida
Garrido
A
autora portuguesa enfoca nesse estudo as desigualdades na distribuição
espacial da inovação tecnológica. Para isso, debruça-se sobre
o contexto geo-político e geo-econômico português, analisando
fatores como inputs científicos e traçando correlações entre esforços
de investimentos e resultados inovadores. O estudo chega a conclusões
interessantes, como a de que a utilização do conhecimento tecnológico
e da formação por parte das empresas não se faz automaticamente
e sem custos, como pressupõem algumas teorias clássicas. Para
que uma empresa seja capaz de incorporar os resultados que obtém,
diz a autora, é necessário que ela tenha desenvolvido capacidade
de aprendizagem através de um esforço em investimento e desenvolvimento.
É justamente na ausência dessa preparação de ambientes para a
recepção de conhecimento e tecnologia que está a explicação, por
exemplo, dos motivos pelos quais grande parte das empresas é incapaz
de utilizar ou se apropriar do resultado de programas que já foram
ou são financiados pelo setor público.

12.
Difusão dos Serviços de Disseminação de Informações On-Line no
Brasil
Liz-Rejane
Issberner Legey
Este
trabalho estuda a difusão dos Serviços de Disseminação de Informações
On-Line (SDIO), sua participação nos processos de produção no
Brasil, o ritmo e a direção com que esse processo se desenvolveu
e a sua integração com vários fatores tecnológicos, econômicos
e institucionais. Como se trata de uma atividade econômica bastante
recente, estimulada pelo processo de convergência das tecnologias
de computação e de telecomunicações, o estudo analisa em destaque
o nível de complexidade envolvido em tais atividades. A autora
descreve a evolução dos SDIO a partir das três fases distintas
que correspondem a trajetória tecnológica desses serviços nos
países industrializados, onde se encontra a fronteira da tecnologia.
No Brasil, a evolução dos SDIO é analisada a partir do estudo
de caso de três empresas de diferentes segmentos da economia.
Em cada setor, é analisada a interferência dos contextos tecnológico,
econômico e institucional, que trabalham como estimulantes ou
como barreiras ao desenvolvimento de processos. Sob o prisma de
um quadro que mostra a desarticulação da reserva de mercado da
informática, o estudo analisa este setor tecnológico e, dentro
dele, particularmente, os serviços de informação.

13.
Estudo da Gestão Tecnológica nas Empresas do Pólo Petroquímico
do Sul do Brasil
Luiz
Paulo Bignetti
Esse
estudo de Luiz Paulo Bignetti enfoca a história do Pólo Petroquímico
do Sul do Brasil, situado na cidade de Triunfo, no Rio Grande
do Sul. O autor analisa a história de sete empresas, o crescimento
ou redução e seus processos de aprendizagem tecnológica, a gestão
que realizaram de P&D e a vinculação entre essa gestão específica
e a estratégica. Todas as empresas analisadas criaram, com sucesso
ou não, setores de pesquisa e desenvolvimento, após absorverem
tecnologias de empresas transnacionais e criarem sua própria capacitação
técnica. A evolução desses investimentos em inovação é analisada
sob um ponto de vista crítico e objetivo, que chega à conclusão
de que, atualmente, com o aumento da flexibilidade de produção,
essas empresas procuram novas oportunidades de negócios, ocupando
nichos específicos de mercado ou mediante o lançamento de novos
produtos. Ou seja, a tecnologia, embora seja considerada um recurso
altamente estratégico, não possui um papel pró-ativo na formulação
do planejamento global, antes, se adequa às necessidades mercadológicas
do momento. O autor acredita, no entanto, que as vantagens competitivas
para a indústria petroquímica brasileira serão conseguidas no
futuro mediante o reforço das atividades em pesquisa e desenvolvimento
para domínio do know-why, mediante a adoção de estratégias tecnológicas
mais agressivas.

14.
O Comportamento Inovador de Pequenas, Médias e Grandes Empresas
Latino-Americanas
Roberto
Sbragia e Marcello Barra
Nove
empresas latino-americanas são analisadas neste estudo sob a ótica
de seu esforço de inovação. Dentro do contexto do continente,
as empresas estudadas situam-se em posições diferentes. Há empresas
pequenas, médias e grandes, sendo cinco do setor químico, três
do setor metalúrgico e uma do setor ótico. Todas as empresas foram
pesquisadas nos anos de 1990/91 para a elaboração do estudo sobre
as "Cien Empresas Innovadoras en Iberoamerica", que
teve painel realizado em 1992, em São Paulo. Esse estudo foi realizado
em países como o Brasil, Chile, Argentina, Colômbia e Uruguai.
Ao mesmo tempo que as empresas escolhidas são analisadas dentro
de um contexto latino-americano, elas são vistas individualmente,
e os autores chegaram a diferentes conclusões para cada grupo.
A inovação e o tratamento personalizado para os clientes foram
detectados como prioridades para as pequenas empresas. As empresas
de tamanho médio, demonstraram grande preocupação com o mercado
mundial e entre as empresas de grande porte, verificou-se interesse
com as aberturas de mercados, que levam à necessidade de esforços
contínuos de inovação. O estudo traz vários quadros comparativos
entre o porte e a produção das empresas estudadas.

15.
Innovación en la Industria Farmaceutica:
el Caso de Laboratorios Beta
Carlos
M. Correa e C. Jeppesen
Esse
estudo destaca a importância da indústria farmacêutica na economia
argentina, enfocando um fato típico do mercado local: a indústria
nacional de produtos farmacêuticos da Argentina domina a venda
e a produção do setor. É uma situação que diferencia este país
dos demais latino-americanos. O autores detalham os fatores referentes
a essa questão, entre eles o fato de o país ter uma legislação
de patentes extremamente favorável às empresas locais. As indústrias
nacionais chegam a ter 55% deste mercado. Dentro deste contexto,
os autores dão especial atenção para os Laboratórios Beta. Esta
empresa, especializada na produção de insulina, entrou num rápido
processo de expansão a partir dos anos 80. Em 83, iniciou um processo
interno de agressiva reformulação e, em 84, já contava com uma
estrutura de P&D - que os autores fazem questão de ificar
como diferente do processo de inovação. Mantendo constantes relações
com os centros mundiais de pesquisa, os Laboratórios Beta conseguiram
se firmar e chegar a um faturamento, em 1993 (último ano analisado
pelo estudo) de US$ 60 milhões.

16.
Aluar: Trayectoria Tecnologica y Competitividad
Internacional
Roberto
Bisang
A
parceria da iniciativa privada com o poder público é o destaque
do trabalho de Bisang. Ele analisa a criação e o desenvolvimento
da empresa argentina Aluar, especializada na produção de alumínio
primário. A empresa, que na época do estudo produzia 170 mil toneladas
do material por ano, com faturamento anual de US$ 260 milhões,
teve uma base encimada num projeto desenvolvimentista do governo
argentino. Pretendia-se no início da década de 70, completar o
ciclo produtivo do alumínio, visto que o país já contava com extração
e laminação do metal. Para cumprir tal objetivo o governo firmou
acordo com a Aluar, em 1970, que previa um prazo de cinco anos
para montar uma planta produtora capaz de fabricar 140 mil toneladas/ano,
priorizando o mercado nacional e exportando apenas o excedente
e que atingisse um índice de pureza mínimo de 95%. Adotando, em
princípio, uma tecnologia importada, utilizada por técnicos locais,
a Aluar cumpriu esse objetivo e passou a investir em seu próprio
desenvolvimento tecnológico, aprimorando a pureza de seu produto.
O autor analisa detalhadamente duas décadas da história da empresa
e os contextos econômicos nos quais a evolução aconteceu.

17.
Biotecnologia Vegetal no Brasil: Análise
de Dois Estudos de Caso de Investimentos Privados
Maria
Beatriz M. Bonacelli
A
biotecnologia no Brasil tem algumas particularidades que são analisadas
nesse estudo, a partir de dois pontos de vista: além da visão
macro referente às questões mais cruciais que envolvem a biotecnologia
no mundo, há a análise específica de dois casos brasileiros que
são emblemáticos do que acontece com as NEBs - Novas Empresas
de Biotecnologia. Dessa forma, são analisados os interesses das
grandes corporações e algumas questões mais técnicas, como o fato
de que muitas vezes se torna mais fácil adaptar uma planta a um
herbicida, alterando toda sua formação genética, do que desenvolver
um novo produto para combater pragas e doenças. Os dois casos
estudados referem-se à biotecnologia agrícola. São as empresas
Bioplanta e Biomatrix, duas das maiores NEBs brasileiras e se
caracterizam por ter em seu quadro funcional um número altíssimo
de funcionários especializados em pesquisa e de alto gabarito
acadêmico. É interessante notar que ambas as empresas passaram
por dificuldades financeiras muito semelhantes, só contornadas
pelos investimentos das empresas responsáveis por sua formação,
A Souza Cruz (Bioplanta) e a Agroceres (Biomatrix). Os investimentos
governamentais, acredita a autora, ocorrem com falta de organicidade,
o que gera constantes discussões.

18.
Capacitación Tecnológica en
la Industria de Química Fina no Brasil: Una taxonomia de las Empresas
Nacionales
Alexis
Mercado
A
comparação entre várias empresas do setor de química fina no Brasil
dá o tom desse estudo, que avalia 33 empresas detalhadamente,
colocando lado a lado questões como investimento em pesquisa,
pessoal qualificado, métodos para iniciação de processos e registro
de patentes. O autor chegou à conclusão de que são muitos os desequilíbrios
quando se analisa as empresas do setor de um ponto de vista globalizante.
Ele conclui também que o processo de capacitação se dá basicamente
por meio da cópia, embora tenha sido verificada uma interessante
atividade de pesquisa e desenvolvimento em algumas firmas estudadas.
As unidades produtivas do setor de química fina, segundo o estudo,
desenvolvem um processo de capacitação onde as relações técnicas
com o exterior têm um papel importantíssimo. As universidades
e outras empresas nacionais, que ajudam na fabricação de equipamentos,
também são utilizadas pelas empresas estudadas. Por fim, o estudo
analisa que há a necessidade de implementação de estímulo oficial
a empresas do tipo, pois há um potencial de crescimento muito
grande no País no que se refere a elas.

19.
Comércio, Tecnologia e Meio-Ambiente na América
Latina
Jacques
Marcovitch e Simão Davi Silber
Enfocando
as últimas duas décadas, os autores analisam nesse trabalho a
evolução das relações comerciais entre os países latino-americanos,
quantificando as importantes alterações na intensidade das trocas
comerciais ao longo do período, quando verificou-se uma clara
tendência expansionista, principalmente a partir dos anos 80.
Houve, entretanto, muitos desajustes no relacionamento entre as
iniciativas minilaterais de formação de blocos, por razões como
a política de substituição de importações adotada pelos países
latino-americanos, ou por questões locais, como a existência do
NAFTA, que sempre interferiu negativamente no fortalecimento da
ALADI. O estudo discute ainda as relações entre inovação tecnológica,
competitividade setorial e seus reflexos sobre o crescimento da
participação relativa da América Latina no comércio internacional.
Nesse contexto, são discutidos alguns aspectos dos acordos da
Rodada Uruguai, do GATT, sobre o comércio internacional e a interface
deste com a questão ambiental.

20.
Internacionalização de Empresas Brasileiras
Fernando
A. de Andrade Vieira Loureiro
Esse
trabalho procura identificar diferentes estratégias de internacionalização
de empresas brasileiras e as respectivas ações ou alternativas
de implantação das mesmas no exterior em função dos objetivos
assumidos. Adota-se como premissa que o processo de internacionalização
permite à empresa o aproveitamento das oportunidades de negócios
existentes no mercado internacional, além de contribuir de maneira
decisiva para um desenvolvimento econômico imprescindível para
o País. O estudo analisa ainda as relações internacionais do Brasil
de modo a concluir que o País tem uma certa tradição em exportação
de produtos, mas nenhuma tradição em exportação de capital, com
investimentos diretos na abertura de empresas no exterior. O autor
também verifica que há uma total falta de informações ou dados
relevantes sobre o assunto nos órgãos competentes do governo brasileiro.
São estudados casos da Embraer, Itautec, Metal Leve, Odebrecht
e Pão de Açúcar.

21.
Padrão de Desenvolvimento Agrícola e Inovação
Tecnológica
Samira
Aoun Marques e Hélio Nogueira da Cruz
Este
trabalho faz uma análise do modelo de desenvolvimento agrícola
adotado pelo Brasil desde a década de 50. Os impactos das mudanças
tecnológicas no comportamento do setor agrícola são realizados,
segundo os autores, com pouco entrosamento entre as instituições
já instaladas de gestão de C&T e agricultura. A ausência dessa
integração poderia levar a transformações, capazes de promover
crescimento harmonioso da agricultura brasileira. Dessa forma,
poderiam ser evitados alguns problemas enfrentados pelo País,
como um abastecimento agroalimentar deficiente e a falta de competitividade
em nível internacional. As diferenças de estratégias competitivas,
impulsionadas principalmente pela globalização do mercado também
são analisadas. Os autores alertam, entretanto, que a inovação
e o desenvolvimento devem ser organizados de forma a não gerar
graves desequilíbrios, o que torna necessário um sistema de planejamento
ao País.

22.
Prática de Gestão Tecnológica e Competitividade
no Setor de Autopeças
José
Eduardo Rodrigues de Souza
Esse
estudo baseia-se em uma pesquisa empírica que analisou em profundidade
cinco empresas do setor de autopeças de São Paulo, que contam
com centros de P&D formalmente instituídos e são exportadoras
regulares. O objetivo foi verificar as práticas de gestão e suas
influências na competitividade. Foram analisadas as empresas Cofap,
Clark, Freios Vargas, Metal Leve e Sifco. A pesquisa permitiu
identificar várias práticas que são utilizadas, destacando-se
a preocupação da alta administração com a inclusão das estratégias
tecnológicas no plano da organização, os processos participativos
como o uso de comitês no estabelecimento e implantação de metas
e a participação de clientes nas análises da posição competitiva
e na avaliação dos benefícios dos investimentos realizados em
P&D.

23.
La Contratación Empresarial de la Investigación Universitaria
Eva
Stal
A
propriedade intelectual, a exploração de patentes e os conflitos
de interesse entre a atividade docente e os projetos contratados
por empresas a equipes do meio acadêmico, são alguns dos pontos
analisados por Stal nesse volume. Para tal, ela observa vários
aspectos contratuais de acordos entre universidades e empresas
norte-americanas. Sua análise, no entanto, não é meramente técnica.
Ela foca o contexto histórico e a evolução das relações. Como
se trata da realidade americana, não lhe passam despercebidas,
por exemplo, as iniciativas no sentido de integração entre escolas
e empresas que havia já no final do século passado, e que passaram
a se incrementar a partir da grande recessão da década de 30.
Os diversos programas de colaboração são analisados demoradamente,
com o detalhamento de valores e resultados apresentados por essas
experiências. O trabalho também traça um paralelo com o problemas
vivenciados por instituições brasileiras e debate o preconceito
presente em grande parte do meio acadêmico que considera os acordos
com empresas um risco que pode levar à deturpação da finalidade
dos estudos acadêmicos.
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24. La Universidad
Innovadora - Una Estrategia para el Cambio de las Universidades
Mexicanas em los 90
Axel
Didriksson
Esse
caderno enfoca as mudanças recentes pelas quais tem passado a
Universidade do México e seu relacionamento com a demanda por
inovação que se vê na sociedade. Segundo o autor, a universidade
mudou substancialmente na última década, já que vinha numa dependência
muito grande dos recursos e da atenção do Estado. Com a crise
do relacionamento que tinha o Estado como provedor, as universidades
caíram numa situação que evidencia o desgaste de sua estrutura,
arcaica e burocrática. Combatendo essa situação, o autor coloca
o conceito da universidade de serviços, que passa a trabalhar
em associação com a sociedade. Outro fenômeno analisado é a fusão
de estruturas acadêmicas visando a montagem de azeitados centros
de inovação, além da abertura de possibilidade de vinculação com
entidades estrangeiras que tenham interesses convergentes. A construção
de novas estratégias de médio e longo prazos e sua metodologia
também são analisados no trabalho.
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25. Atitudes
Gerenciais Quanto à Participação dos Trabalhadores na Gestão da
Qualidade
Elaine
Di Diego Antunes
Esse
estudo analisa alternativas gerenciais em relação à participação
dos trabalhadores e sua inserção no contexto competitivo da gestão
da qualidade. Esse tipo de gestão, intitulada "gestão participativa",
que a autora acredita ser uma tendência crescente, sofre a interferência
de aspectos estruturais e conjunturais (como a globalização de
mercados, a maior participação dos cidadãos na vida política e
o agravamento da problemática social no país), e de questões organizacionais
como a difusão de técnicas e métodos japoneses de gerenciamento.
Todo esse contexto determina um novo horizonte para o gerenciamento
do fator humano. Analisa, ainda, vários níveis de participação
dos trabalhadores na gestão das empresas, as formas e técnicas
necessárias e a gestão participativa no Brasil, concluindo que
faz-se necessário o incremento da gestão participativa no País
não só nas empresas, mas também nos sindicatos. O governo federal,
sugere a autora, também pode ajudar efetivando, por exemplo, as
propostas educacionais já existentes na Lei de Diretrizes e Bases,
visto que a educação é uma das principais bases da gestão participativa.

26. O
Papel dos Centros de Pesquisa na Capacitação Tecnológica: Um Estudo
Comparativo
Maria
Tereza Ribeiro
Usando
como base para seu estudo a teoria do aprendizado tecnológico
- que ressalta as possibilidades de desenvolvimento mesmo em situações
de dependência tecnológica - a autora se debruça sobre dois centros
de pesquisa do setor elétrico: o CEPEL (Brasília) e o IBEQ (em
Quebec, Canadá), mantidos pela Eletrobrás e pela Hydro-Quebec,
respectivamente. O estudo compara as empresas, que têm semelhantes
estruturas institucionais e configurações de sistema e, conseqüentemente,
as mesmas características tecnológicas. Nos dois países, a indústria
de equipamentos e materiais elétricos é dominada por multinacionais.
As políticas de compras, a atuação de empresas subsidiárias, os
sistemas de capacitação e gestão tecnológica e as bases do processo
de aprendizado dessas empresas são analisadas no estudo. Fica
claro, na comparação, a necessidade, no caso da Eletrobrás, de
se retomar a perspectiva de longo prazo e tornar-se mais flexível,
qualidades necessárias a um centro tecnológico que pretenda conviver
num regime econômico sujeito a grandes mudanças de ordem técnica
ou institucional como o brasileiro.

27. La
Organización Ideal para la Innovación y los Programas RACE, Espirit;
y Eureka: un Análisis del Caso Español
Ana
María Barañano
A
inovação industrial na Espanha é o tema dessa edição. A autora,
Ana María, doutora em Ciências Empresariais pela Universidad Autónoma
de Madrid, realizou pesquisa junto a 51 empresas espanholas com
o objetivo de identificar que fatores organizacionais ou de gestão
interferem no êxito ou fracasso de uma inovação e se as empresas,
como um todo ou em separado, gozam desses fatores. Depois dessa
análise, a autora avança ainda mais e procura verificar se as
empresas que têm esses fatores à disposição de fato são as que
conseguem maior êxito e questiona se muitas empresas não seriam
beneficiárias de uma política européia de auxílio à pesquisa e
desenvolvimento que procura apenas atender as empresas mais débeis,
em vez de promover a inovação em empresas que realmente têm vocação
para isso. Os resultados a que a autora chegou são de que as empresas
em condições ideais de desenvolvimento de pesquisa e inovação
são uma minoria. Estas empresas, acredita a autora, obtém sucesso
porque realizam um trabalho de inovação integrado, em conjunto
com projetos supranacionais de cooperação tecnológica. Elas não
são, no entanto, as que obtém mais vantagens da sua participação
nestes projetos.

28. El
Empresario, la Tecnologia y el Poder: Dos Empresas en un Momento
de Cambio Estructural
Marisol
Perez Lizaur
Este
trabalho procura associar, de maneira antropológica, as mudanças
sociais e culturais da sociedade mexicana com as mudanças tecnológicas
que se fazem sentir em todo o mundo. Para isso, a autora considera
que as alterações ocorridas na estrutura e organização de certas
empresas mexicanas são adaptações sucessivas às modificações que
acontecem a sua volta. Dessa forma, são analisadas as estratégias
de algumas empresas que investiram em inovação considerando o
contexto em que elas tomaram decisões e como viabilizaram seus
empreendimentos. As pretensões das empresas, suas estratégias,
a criação de novas plantas e o apoio que receberam do governo
e do meio acadêmico são vistos como ações conjuntas motivadas
por fatos que ocorreram no país como um todo e no circuito tecnológico
mundial. A autora analisou as relações de poder (formais e informais)
existentes entre os vários componentes da linha da inovação tecnológica:
não só entre uma e outra empresa, ou entre uma empresa e o governo,
mas também entre os quadros de funcionários das próprias empresas.
Dentre outras conclusões, a autora verificou que para a inovação
tecnológica não bastam mudanças na cultura empresarial. Elas precisam
vir acompanhadas de profundas mudanças no Estado, que permitam
a formação de um ambiente propício a mudanças.

29. Alocação
de Recursos e Objetivos Organizacionais: Um Estudo sobre a Pesquisa
Agrícola em Santa Catarina
Lucy
Woellner dos Santos
Esse
caderno apresenta os resultados de uma pesquisa realizada na Empresa
Catarinense de Pesquisa Agropecuária S/A (EMPASC), focalizando
o período de 1976/90. O estudo analisa as várias características
típicas da empresa - da área de pesquisa científica, o que significa
trabalho intelectual sem certeza de retorno, e da área agrícola,
que tem um ritmo próprio dentro do cenário das entidades de pesquisa.
Dessa forma, o estudo objetiva verificar até que ponto a alteração
na alocação de recurso das diversas fontes financiadoras provocou
mudanças nos objetivos operacionais da EMPASC, identificar quais
as características mais freqüentemente observadas nos projetos
de pesquisa financiados pelas diversas fontes e outras questões
referentes ao assunto. Para isso, é realizado um estudo da história
da pesquisa agropecuária no Brasil e no Estado de Santa Catarina,
assim como suas mudanças estruturais ao longo dos anos.

30. Estratégias
Empresariais nos Anos 80: O Setor de Máquinas Ferramenta
Roberto
Vermulm
Esse
trabalho expõe o ambiente macroeconômico de fortes turbulências
da década de 80 e seu impacto sobre o setor de máquinas-ferramenta.
Nesse período ampliaram-se as assimetrias entre as empresas do
setor, em decorrência do ambiente macroeconômico instável e da
difusão do paradigma eletrônico associado à mecânica. É realizada
uma análise do setor de máquinas-ferramenta no Brasil, procurando-se
mostrar sua inserção internacional, sua trajetória ao longo da
década e seus principais determinantes. Apresenta-se os resultados
de várias entrevistas realizadas e a tipologia das estratégias
empresariais, destacando-se o aspecto da cumulatividade das trajetórias
tecnológicas. O autor procura fazer uma reflexão teórica das evidências
empíricas encontradas, à luz dos conceitos schumpeterianos apresentados
no início do trabalho.
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31.
Alianças Estratégicas em Tecnologia: um Estudo de Caso nas Relações
Universidade/Empresa
Roberto
Gregório da Silva Júnior
Este
caderno detalha pesquisa sobre os fatores que viabilizam alianças
estratégicas em tecnologia e se detém, particularmente, nas relações
universidade-empresa para fomentar atividades de pesquisa e desenvolvimento.
A publicação é resultado de trabalho desenvolvido por Roberto
Gregório da Silva Júnior, professor de Economia de Engenharia
no Departamento de Transportes da Universidade Federal do Paraná
(UFPR) e gerente assistente do Centro de Pesquisa e Desenvolvimento
Tecnológico da Companhia Paranaense de Eletricidade (COPEL). No
trabalho, o pesquisador aponta quatro dimensões que caracterizam
a viabilização das alianças universidade-empresa voltadas à pesquisa
e desenvolvimento: dimensões ambiental, estratégica, estrutural,
cultural e comportamental. Para êxito dessa parceria, ele destaca
que as duas partes têm que levar em consideração, entre outros
fatores, políticas governamentais, demandas sociais, concorrências,
novos mercados e tecnologia, imagem institucional, políticas de
relacionamento, infra-estrutura e instrumentos de gestão, capacidade
empreendedora e de compartilhamento.

32. O
Brasil Imita o Japão? A Qualidade em Empresas de Autopeças
Alessandra
Rachid
Nesse
trabalho a engenheira de produção mecânica Alessandra Rachid estuda
a transposição de métodos organizacionais do "modelo japonês",
especialmente os de controle de qualidade, para três empresas
de autopeças de São Paulo. Esses métodos, que o Japão começou
a aprimorar no pós-guerra, adaptando às suas condições tecnologias
norte-americanas e européias, dão a máxima importância à qualidade.
A partir da década de 80, empresas ocidentais passaram a adotá-los,
fase em que chegaram também a São Paulo. Professora de Engenharia
de Produção da Universidade Federal de São Carlos, Alessandra
mostra em sua pesquisa que a transposição do modelo japonês implica
em grandes mudanças nas área de treinamento. Implica também em
aumento dos investimentos com o objetivo de superar deficiências
na formação de mão-de-obra. Em conseqüência, a absorção desses
métodos japoneses só apresenta resultados positivos a longo prazo
e se houver um esforço permanente nesse sentido.
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33. Mudança
Organizacional e Desenvolvimento Local de Tecnologia: Panorama
de uma Interação
Paulo
Negreiros Figueiredo
A
competitividade internacional das empresas de países em desenvolvimento
depende de sua competência para combinar freqüentes mudanças organizacionais
ao constante esforço de desenvolvimento local de tecnologia. O
acesso à produção tecnológica nesses países é caro e restrito
e a natureza incerta do meio em que elas operam torna necessária
a criação de um contexto empresarial de inovações mútuas e constantes
em termos organizacionais e tecnológicos. Esse é o centro do trabalho
desenvolvido por Figueiredo. Neste volume, o autor sintetiza um
panorama da interação entre mudança organizacional e desenvolvimento
local de tecnologia. Esta interação é explorada como fator chave
para o alcance e sustentação da competitividade internacional
de empresas latino-americanas, particularmente as brasileiras.
O autor dá maior ênfase analítica aos aspectos da mudança organizacional
em detrimento da mudança técnica, e sua amostra engloba 28 grandes
empresas do Rio de Janeiro. Na primeira parte do trabalho, ele
discute o significado ampliado da tecnologia e, na segunda, trata
das práticas potencializadoras e inibidoras da inovação nas empresas
a partir de evidências empíricas.
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34. La
Cooperación Cientifica y Tecnológica como Instrumento para la
Integración de America Latina
Jesús
Sebastián
Neste
volume o autor analisa as diferentes experiências de cooperação
científica e tecnológica no âmbito dos países ibero-americanos.
Faz sua abordagem sob o ponto de vista da contribuição entre os
países, o impacto desta na integração da América Latina e a cooperação
do continente com outras regiões do mundo. Ex-secretário do CYTED,
Jesús Sebastián, doutor em Ciências Biológicas pela Universidad
Complutense de Madrid e pesquisador do Centro de Información y
Documentación Cientifica del CSIC (Espanha), fundamenta seu estudo
na conferência Tecnologia: Critérios de Êxito nos Marcos da Integração,
organizado pelo Capítulo Espanhol do Club de Roma e pela Universidad
de Santiago de Compostela, realizado em julho de 1996.

35.
Dossiê sobre Política e Gestão da Pesquisa em Biotecnologia
na Ibero-América
Jacques
Marcovitch e Juan M. Dellacha
Este
caderno sintetiza debates da reunião "Política e Gestão da
Pesquisa em Biotecnologia na Ibero-América - REVYDET/Subprograma
XVI", que buscou estabelecer um diagnóstico sobre o desenvolvimento
da biotecnologia na região, identificar os principais obstáculos
ao seu crescimento e as maiores barreiras em matéria de gestão
de P&D, de inovação e de cooperação empresa/universidade na
área de biotecnologia. O caderno detalha temas como a biotecnologia
na Ibero-América, fatores inibidores e propulsores na opinião
dos participantes do encontro, oportunidades de investimento em
biotecnologia no Brasil e gestão tecnológica empresarial e biotecnologia
na América Latina.

36. As
Humanas e sua Aplicação Prática: Proposta para uma Nova Leitura
da Política Científica e do Desenvolvimento
Renato
Janine Ribeiro
A
contribuição das ciências humanas à articulação C&T/sociedade
se dará no plano da cidadania, da construção da democracia e da
aposta numa vida melhor, afirma o professor Renato Ribeiro, com
base em sua experiência em política científica. Ele analisa os
vínculos entre as ciências humanas e sua aplicação prática. Ele
sustenta que os modelos que embasam as ciências exatas e a tecnologia
não podem ser transpostos mecanicamente para as ciências humanas.
Justifica sua tese com a constatação de que as ciências exatas
são fundamentadas no século XVII, com a proposta de tornar o homem
senhor e dono da natureza, enquanto as ciências humanas, nascidas
a partir da visão rousseauista do século XVIII, têm por característica
que o sujeito do conhecimento coincide com o objeto - sempre o
ser humano.

37. Variables
a considerar em el Análisis de los Sistemas Nacionales de Innovación
Ignacio
Fernández de Lucio, Elena Castro Martinez, Fernando Conesa Cegarra
e Antonio Gutiérrez Gracia
Este
volume se fundamenta nos últimos estudos sobre as relações entre
economia e tecnologia. Mostra que o modo de funcionamento do Sistema
Nacional de Inovação (SNI) tem uma influência decisiva no desenvolvimento
e na articulação sócio-econômica do país. Os autores, ligados
a Universidade Politécnica de Valencia, observam que, através
das variáveis, os países buscam caracterizar e conhecer o funcionamento
de seus SNIs, com o objetivo de poder desenhar de maneira eficaz
suas políticas científica, tecnológica e industrial. O autor expõe
algumas das idéias que o enfoque interativo da inovação faz ao
meio e as possibilidades que abre para analisar os processos de
inovação através da análise de sistemas. Nesse contexto, se define
o SNI pelo conjunto de seus elementos e estruturas, que assumem
funções específicas no processo de produção, transmissão e armazenamento
de conhecimentos e se caracteriza por sua capacidade de interação,
mediante a articulação de seus elementos para a produção de conhecimentos
e sua difusão e utilização. Na última parte do caderno, o pesquisador
caracteriza o sistema espanhol de inovação atual, utilizando esta
particular concepção dos sistemas de inovação.
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38. O
Sector Eléctrico no Limiar do Século XXI: Concorrência, Liberalização
e Privatização
Maria
Izabel R. T. Soares
As
tendências do setor de energia elétrica no século XXI e suas diferenças
com o futuro das telecomunicações constituem o ponto central do
trabalho de Maria Izabel R. T. Soares, professora catedrática
da Faculdade de Economia da Universidade do Porto. No texto, a
autora mostra que o setor elétrico, a exemplo da área de telecomunicações,
constitui um marco das transformações técnicas, econômicas, organizacionais
e estratégicas do final deste século e do início do próximo. A
autora trata da questão sob o aspecto macro-econômico, tecnológico
e ambiental, tendo como parâmetro o movimento neoliberal que se
desenvolve em todo o mundo. Para investigar as tendências futuras
do setor, a pesquisadora faz considerações sobre a experiência
desenvolvida por alguns países na área de energia elétrica, não
se limitando à clássica experiência britânica, que deflagrou o
processo de privatização do setor em todo o mundo.

39. A
Competitividade do Sistema Agroindustrial das Carnes no Brasil
Marcos
Sawaya Jank
A
proposta do autor é analisar a competitividade do sistema agroindustrial
das carnes bovina, avícola e suína no Brasil no quadro de uma
economia aberta, desregulamentada e integrada internacionalmente.
O estudo destaca que o tema da competitividade pode ser analisado
sob o enfoque da eficiência dos contratos e formas organizacionais
que se estabelecem ao longo de sistemas coordenados de agribusiness.
O autor constata que a competitividade está intimamente ligada
ao desenvolvimento de mecanismos eficientes de coordenação suprafirmas,
dentro de uma visão de concorrência sistêmica. Ele sugere que
as associações de interesse privado atuem como elementos organizacionais
interligados à coordenação suprafirmas. O trabalho discute o papel
destas entidades no sistema de carnes e, ao final, apresenta uma
agenda para investigações futuras no sistema de carnes no Brasil.

40. Novas
Tecnologias de Produção de Base Microeletrônica e Democracia Industrial:
Estudo Comparativo de Casos na Indústria Mecânica de Santa Catarina
Valeska
Nahas Guimarães
O
trabalho trata do estudo das relações que se estabelecem entre
as Novas Tecnologias de Produção de Base Microeletrônica (NTP-ME)
e a democracia industrial. Apresenta os resultados de um estudo
teórico-empírico interdisciplinar, essencialmente qualitativo.
A metodologia de trabalho adotou o estudo comparativo de casos
aplicado em cinco empresas de Santa Catarina do sub-setor industrial
mecânico. As conclusões da pesquisa reforçam o caráter social
da tecnologia e a sua multi-dimensionalidade, refutando o determinismo
tecnológico. A autora conclui que a natureza das relações entre
as NTP-ME e o processo de democratização industrial é altamente
complexa e contraditória. O estudo comparativo de casos fornece
também elementos qualitativamente úteis para a autora concluir
que a democracia industrial permanece um ideal distante da realidade
das empresas.

41. La Gestión
Tecnológica en la Empresa Cubana. Aproximación a un Modelo Conceptual
Beatriz
Cristina Brito Viñas, Gilberto Hernández Pérez e Erenio González
Suárez
Os
autores analisam a competição entre países, empresas e pessoas
no mundo atual e destacam a necessidade de as empresas latino-americanas,
particularmente as cubanas, melhorarem sua posição nesse ranking
de competitividade. Para tanto, apontam como caminho o aperfeiçoamento
contínuo e radical dos processos de produção e o papel fundamental
que aí desempenham a gestão da inovação e o intercâmbio tecnológico.
Os autores indicam que o primeiro passo para se organizar adequadamente
os processos de gestão tecnológica é fazer um diagnóstico do desenvolvimento
alcançado pela empresa em comparação com suas competidoras. O
texto resume os principais resultados de um diagnóstico feito
pelos autores junto a um grupo de importantes empresas da parte
central de Cuba, no qual foram analisados principalmente o desempenho
e a capacidade inovadora. Eles propõem um modelo que poderá dotar
as empresas de altos níveis de competitividade, desde que potencializem
a gestão tecnológica como a principal alavanca para a obtenção
de êxito na competição.

42. A
Competição Shumpeteriana e a Organização Cooperativa: O Caso da
COCAMAR
Natalino
Henrique Medeiros
Neste
volume, o autor faz uma síntese do processo de inovação adotado
pela COCAMAR – Cooperativa de Cafeicultores e Agropecuaristas
de Maringá Ltda – Paraná. Medeiros adota o conceito de competição
capitalista na visão de Schumpeter para desenvolver seu estudo.
Ao analisar as transformações vividas pela cooperativa a partir
dos anos 70, quando adotou modernas técnicas empresariais, o autor
conclui que a COCAMAR continuou com um espaço limitado de operação
no mercado capitalista que não lhe permitiu expansão contínua
enquanto empresa cooperativa. Ressalta que essa limitação ocorreu
a despeito de ter se transformado em agroindústria cooperativa
e absorvido endogenamente o processo de inovação schumpeteriano.
A cooperativa rompeu com os canais estáticos do fluxo circular
de suas atividades operacionais, mas por possuir um quadro associativo
composto por dezenas de milhares de associados, ela continuou
a enfrentar sintomas de uma fragilidade estrutural.

43. Perfil
e Comportamento das Empresas Inovadoras em Portugal: Uma Análise
segundo a sua Dimensão
Ana
María Barañano
A
autora procurou identificar neste estudo as diferenças de comportamento
das empresas inovadoras de Portugal, analisando principalmente
as razões que levam estas empresas a empreender projetos inovadores,
as fontes às quais recorrem para alimentar tais projetos, e os
fatores de sucesso face à inovação. A pesquisa foi feita por amostragem.
Numa primeira fase, foram enviados questionários para 652 empresas,
distribuídas por todos os setores de atividade, escolhidas aleatoriamente.
Na segunda fase, foram realizadas entrevistas com questionário
fechado a uma sub-amostra de 28 empresas dos setores de moldes
e de eletrônica. Os resultados mostraram a existência de diferenças
de perfil e de comportamento entre as diversas empresas estudadas.
A autora concluiu que, em relação ao comportamento inovador, as
pequenas firmas têm todos os benefícios derivados da sua flexibilidade
organizacional, enquanto nas grandes empresas a capacidade humana
e material é a fonte geradora de todas as vantagens. No caso das
pequenas, ficou constatado que elas respondem de forma rápida
às mudanças da procura e da tecnologia, têm gestores dinâmicos
e canais internos de comunicação fluidos. Já nas grandes empresas,
as principais vantagens são a disponibilidade de pessoal altamente
qualificado em diversas áreas cruciais para a inovação e a capacidade
financeira para a diversificação do risco associado à inovação.
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44. Transformação
ou Adaptação? Análise de um Processo de Mudança Organizacional
Lucy
Woellner dos Santos e Elisa Yoshie Ichikawa
Este
caderno traz resultados de uma pesquisa teórico-empírica sobre
mudança organizacional. O processo de mudança estudado pelas autoras,
ocorreu na condução da pesquisa agrícola em Santa catarina, com
a implantação do Centro de Pesquisa para Pequenas Propriedades
(CPPP). Criado, em 1983, na região Oeste do estado, o CPPP surgiu
com a finalidade de desenvolver pesquisas voltadas ao pequeno
produtor rural, com base em uma nova proposta metodológica, inédita
até então no Brasil. As autoras adotaram como método de pesquisa
o estudo de caso qualitativo, com a utilização das técnicas de
pesquisa documental, entrevistas e análise de conteúdo, com a
categorização e posterior interpretação dos dados. As autoras
foram além da literatura organizacional, buscando as lógicas da
ação e os pressupostos sociológicos que estão subjacentes a eles.
Definiram os conceitos de mudança como “adaptação” e como “transformação”.
A análise do caso mostrou que a mudança organizacional estudada
tinha inicialmente uma proposta de transformação; mas sua operacionalização
pautou-se numa lógica de ação mais condizente com um processo
adaptativo.
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45. Edição
Especial: O PROTAP e a capacitação em C&T: Reflexões e Experiências
Coordenadores:
Jacques Marcovitch e Maria Selma Baião
Editor: Júlio Editor: Júlio César Rodrigues Pereira
Neste
número especial dos Cadernos, o leitor encontrará o conteúdo das
conferências da Mesa Redonda realizada no âmbito do PROTAP – Programa
de Administração de Pesquisas Científicas e Tecnológicas. Sob
o título de “O perfil do gestor do processo de inovação tecnológica
no limiar do Século XXI”, reuniu reflexões que vão desde o nível
das políticas até o setorial. O texto do Dr. Carlos Costa Ribeiro,
traz uma estimulante discussão sobre as políticas de inovação
tecnológica, suas características e tendências, seu vínculo com
as estratégias de competitividade e com o ambiente de globalização
da economia, que hoje redefine a questão nacional. O Dr. Tjerk
G. Franken, argüi o que seja inovação provocando uma reflexão
sobre este conceito na forma de categorias que designa hard e
soft e ainda sob o prisma das oportunidades e potenciais, da demanda
e da oferta, dos attraits et atouts. O Dr. Luis Fernando O. Gutman
traz em sua contribuição a oportunidade de confrontação do teórico
com o empírico, discutindo a experiência exemplar do setor petróleo
no que tange a importância da gestão da inovação para competitividade
– as políticas de um setor se confundem com as políticas nacionais
e sua história, seu curso atual e suas tendências retratam a história,
o curso e as tendências da gestão da inovação para a competitividade
no cenário nacional.Do
Workshop pode-se reunir as experiências de
instituições de natureza variada. Denise Lucchesi relata as iniciativas
do IPT, um instituto de pesquisas tecnológicas, no que interessa
sua busca de entendimento com clientes tanto no que respeita a
qualidade do atendimento como a prospecção de oportunidades. Luiz
Carlos de Melo dá conta do amadurecimento organizacional de um
instituto de pesquisas científicas e assistência médica, o Lauro
de Souza Lima, fazendo um balanço de todas as reflexões teórico
e metodológicas que hoje estão a nortear um revolucionário processo
de mudança institucional. Hélio Gomes de Carvalho apresenta a
experiência de uma instituição de ensino tecnológico, o CEFET,
onde a aplicação de uma ferramenta de gestão corporativa, o MDPO
– Metodologia de Delineamento e Resolução de Problemas Organizacionais
– combinada a uma técnica de gestão da qualidade, o 5W2H, são
aplicadas com sucesso no planejamento e reorganização institucional.
Nery Cunha Vidal e Sueli Gonzales Saes descrevem a experiência
de um instituto de pesquisa de normalização, padronização e referência
de Saúde Pública, o Instituto Octávio Magalhães, na realização
de um extenso plano de desenvolvimento institucional envolvendo
planejamento estratégico, mudança organizacional, gestão de RH
e gestão de projetos. Neste largo leque de experiências o leitor
encontrará, certamente, mais do que uma estimulante reflexão sobre
experiências concretas, um paralelo com objetos de seus próprios
interesses.
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46.
O
Caso EMBRAER – Privatização e Transformação da Gestão Empresarial:
dos Imperativos Tecnológicos à Focalização no Mercado
Roberto
Bernardes
Neste
estudo, o autor descreve e analisa o processo de privatização
da EMBRAER - Empresa Brasileira de Aeronáutica - à luz do desenho
das estratégias de transformação na filosofia de gestão empresarial,
tecnológica e na sua moldura institucional, que priorizavam sintonizá-la
ao atual ambiente de competição mundial de mercado, através da
implementação de uma administração de resultados, um plano de
ação para restauração e reestruturação da empresa, apoiado no
lançamento de novos produtos e uma nova política de contratos,
celebração de parcerias e alianças estratégicas. Adotou-se como
critério metodológico a análise dos microfundamentos que nortearam
as transformações internas da EMBRAER, quanto à sua gestão tecnológica
e à formalização de um plano estratégico e de inteligência competitiva.
Neste novo contexto, examinou-se também os limites para a implementação
das políticas de competitividade para este setor.
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47.
Ciência e Tecnologia para uma Governabilidade Democrática
Coordenador:
Jesús Sebastián
Esta
publicação é uma avaliação das relações que a Ciência e a Tecnologia
têm com a Governabilidade Democrática nos países iberoamericanos.
Para o coordenador do Caderno, Jesús Sebastián – investigador
do Conselho Superior de Investigações Científicas da Espanha –
o estudo das interelações entre a ciência, a tecnologia e a governabilidade
continua sendo um tema delicado no âmbito Iberoamericano.
O
objetivo desta publicação é duplo: por um lado, pretende ser um
marco conceitual de relação da Ciência e Tecnologia com a Governabilidade,
por mio de argumentos que fundamentem as possibilidades de troca
e entendimento mútuos entre os políticos e a sociedade em seu
conjunto. Por outro, seu objetivo é abrir um debate, assim como
novas reflexões e argumentos que levem a uma visão articulada
das relações entre C&T e Governabilidade Democrática.
Com
artigos escritos por oito acadêmicos, a publicação é apresentada
por Jesús Sebastián, que introduz o tema identificando o cenário
e as lógicas que fundamentam as relações da ciência e Tecnologia
com a Governabilidade. Isabel Licha, professora do Instituto Interamericano
de Desenvolvimento social do BID expõe o assunto a partir da visão
das Ciências Sociais, já Flávio Fava de Moraes, presidente do
SEADE, faz uma análise sobre a perspectiva do ponto de vista do
Poder Executivo.
Outro
articulista, Francisco Javier Salazar Saenz (presidente da Comissão
de C&T do México) escreve sobre o tema na visão do Poder Legislativo.
Ernesto Fernández Polcuch da RICYT, aponta indicadores sociais
e sua relação entre governabilidade e desenvolvimento em C&T.
Henrique Rattner, da Associação Brasileira para o Desenvolvimento
de Lideranças, analisa um dos impactos das tecnologias mais perceptíveis
na sociedade, que é seu impacto sobre o binômio emprego/desemprego.
As
conseqüências das políticas econômicas e dos modelos de desenvolvimento
tecnológico sobre a governabilidade são tratadas por Fernando
Machado, representante da ONUDI na América Central e Caribe. Ao
final, Carlos Aguirre, presidente da Academia nacional de Ciências
da Bolívia analisa as relações entre a C&T com a governabilidade
a partir de uma perspectiva global e aponta alguns cenários futuros
para o desenvolvimento da humanidade.
48. Innovación
y Sendero Evolutivo en la Industria Farmacéutica: Los Casos de
Argentina y España
Federico
M.Santoro
O
presente trabalho teve como objetivo realizar uma análise comparativa
da evolução das indústrias farmacêuticas argentina (uma das mais
evoluídas da Ibero-América) e espanhola, tanto no plano da inovação
quanto de sua trajetória tecnológica. Analisou, ainda, o impacto
dos planos públicos de fomento à P&D, em particular o plano
FARMA espanhol e sua possível extrapolação à indústria farmacêutica
argentina. A escolha do caso espanhol como contrapartida de estudo
para o caso argentino baseou-se em análises prévias (Katz, 1988;
1992), que indicavam que o setor farmacêutico de ambos os países
se encontrava em um estágio similar de maturação (estágio de maturação
II). Ao mesmo tempo, em ambos os países se introduziu o patenteamento
de produtos farmacêuticos em um estágio avançado de desenvolvimento
e ambos contaram com um período de transição para o início efetivo
das patentes para produtos farmacêuticos. Santoro recolhe a experiência
prévia e os estudos realizados na Argentina pelo grupo do Dr. Jorge
Katz e, em nível internacional, por R. Ballance. Questiona algumas
das conclusões destes autores, em especial a que se refere à ificação
de ambos os setores farmacêuticos como tendo o mesmo estágio de
maturação. Neste sentido, o estudo de Santoro constitui-se numa
continuação crítica destes trabalhos. O artigo demonstra a assimetria
existente entre ambos os setores, particularmente no que se refere
ao padrão de inovação e assinala que a trajetória tecnológica dos
mesmos foi decididamente diferente no momento da entrada efetiva
do novo marco normativo, caracterizado por patente de produto. Assinala,
ainda, a débil situação tecnológica do setor farmacêutico argentino
frente ao novo marco normativo e a necessidade de que os possíveis
planos de fomento à P&D na Argentina levem em consideração as
diferenças observadas no padrão de inovação entre ambos os setores
analisados. Finalmente,
cabe destacar que a pesquisa de Santoro constitui-se num aporte
importante para o estudo do setor farmacêutico argentino e para
o delineamento de planos de fomento à P&D que permitam desenvolver
o único setor intensivo em ciência e tecnologia da indústria argentina
que sobreviveu aos abalos econômicos dos anos 80 e à abertura de
mercado unidirecional e indiscriminada dos anos 90.
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