Trabalhos de destaque nos meios acadêmico, científico e empresarial são o foco  dos  Cadernos  de  Gestão  Tecnológica, a  série que foi  editada em parceria com o CYTED.

Os cadernos foram  editados  com o objetivo  de promover maior interação entre os pesquisadores ibero-americanos, em particular, e entre estes e a  comunidade  acadêmica  e  empresarial em geral. Os cardernos contribuem com  o  necessário  incremento  do  acervo  bibliográfico  disponível  sobre política e gestão  tecnológica. Arquivos  completos  e  resumos  podem ser encontrados nesta página.

NÚMEROS PUBLICADOS
1 STAL, Eva
1993
2 CERANTOLLA, Willian Antônio
1993
3 NASCIMENTO, Paulo Tromboni de S.
1993
4 CASTRO, Maria Helena de Magalhães Estudo de Caso: Departamento de Engenharia Mecânica de Santa Catarina
1993
5 PEREIRA, Hilda Maria Salomé Estudo de Caso: Incor - Instituto do Coração do Hospital das Clínicas de São Paulo
1993
6 WEISS, James Manoel Guimarães Centros de Excelência em P&D na Empresa Privada: O Caso da Rhodia S/A
1993
7 QUIRINO, Tarcízio Rego Estudo de Caso: O Programa de Soja da Universidade Federal de Viçosa
1993
8 SBRAGIA, Roberto e TERRA, José Cláudio C. Embraer: Trajetória de uma Empresa de Alta Tecnologia Brasileira
1993
9 TOBAR, Eduardo Testart e CAMPBELL, Rolando Zapata Empresas Manutactureras Exitosas en Ibero America: Estudio de Casos Bios Chile
1994
10 Eduardo Testart Tobar e Rolando Zapata Campbell Empresas Manutactureras Exitosas en Ibero America: Estudios de Casos Julio Berkes S/A de Uruguay
1994
11 GARRIDO, Margarida Mudança Tecnológica, Processo Inovador e Espaço - Considerações teóricas e aproximação ao caso português
1994
12 LEGEY, Liz-Rejane Issberner Difusão dos Serviços de Disseminação de Informações On-Line no Brasil
1994
13 BIGNETTI, Luiz Paulo Estudo da Gestão Tecnológica nas Empresas do Pólo Petroquímico do Sul do Brasil
1994
14 SBRAGIA, Roberto e BARRA, Marcello O Comportamento Inovador de Pequenas, Médias e Grandes Empresas Latino-Americanas
1994
15 CORRÊA, Carlos M. e JEPPESEN C. Innovación em la Industria Farmaceutica: el Caso de Laboratorios Beta
1994
16 BISANG, Roberto Aluar: Trayectoria Tecnologica y Competitividad Internacional
1994
17 BONACELLI, Maria Beatriz M. Biotecnologia Vegetal no Brasil: Análise de Dois Estudos de Caso de Invetimentos Privados
1994
18 MERCADO, Alexis Capacitación Tecnológica em la Industria de Química Fina no Brasil: Una taxonomia de las Empresas Nacionales
1994
19 MARCOVITCH, Jacques e SILBER, Simão Davi Comércio, Tecnologia e Meio-Ambiente na América Latina
1994
20 LOUREIRO, Fernando A de Andrade Vieira Internacionalização de Empresas Brasileiras
1995
21 MARQUES, Samira Aoun e CRUZ, Hélio Nogueira da Padrão de Desenvolvimento Agrícola e Inovação Tecnológica
1995
22 SOUZA, José Eduardo Rodrigues de Prática de Gestão Tecnológica e Competitividade no Setor de Autopeças
1995
23 STAL, Eva La Contratación Empresarial de la Investigación Universitaria (Completo)
1995
24 DIDRIKSSON, Axel La Universidad Innovadora - Una Estrategia para el Cambio de las Universidades Mexicanas em los 90(Completo)
1995
25 ANTUNES, Elaine Di Diego Atitudes Gerenciais Quanto à Participação dos Trabalhadores na Gestão da Qualidade
1995
26 RIBEIRO, Maria Tereza O Papel dos Centros de Pesquisa na Capacitação Tecnológica: Um Estudo Comparativo
1996
27 BARAÑANO, Ana María La Organización Ideal para la Innovación y los Programas RACE, Espirit; y Eureka: un Análisis del Caso Español
1996
28 LIZAUR, Marisol Perez El Empresario, la Tecnologia y el Poder: Dos Empresas en un Momento de Cambio Estructural
1996
29 SANTOS, Lucy Woellner dos Alocação de Recursos e Objetivos Organizacionais: Um Estudo sobre a Pesquisa Agrícola em Santa Catarina
1996
30 VERMULM, Roberto Estratégias Empresariais nos Anos 80: O Setor de Máquinas-Ferramenta(Completo)
1996
31 SILVA JUNIOR, Roberto Gregório da Alianças Estratégicas em Tecnologia: um Estudo de Caso nas Relações Universidade/Empresa
1996
32 RACHID, Alessandra O Brasil Imita o Japão? A Qualidade em Empresas de Autopeças (Completo)
1996
33 FIGUEIREDO, Paulo Negreiros Mudança Organizacional e Desenvolvimento Local de Tecnologia: Panorama de uma Interação(Completo)
1996
34 SEBASTIÁN, Jesús La Cooperación Cientifica y Tecnológica como Instrumento para la Integración de America Latina
1996
35 MARCOVITCH, Jacques e DELLACHA, Juan M. Dossiê sobre Política e Gestão da Pesquisa em Biotecnologia na Ibero-América
1996
36 RIBEIRO, Renato Janine As Humanas e sua Aplicação Prática: Proposta para uma Nova Leitura da Política Científica e do Desenvolvimento
1997
37 LÚCIO, Ignacio Fernández de, MARTINEZ, Elena Castro, CEGARRA, Fernando Conesa e GRACIA, Antonio Gutiérrez Variables a considerar em el Análisis de los Sistemas Nacionales de Innovación (Completo)
1997
38 SOARES, Maria Izabel R. T. O Sector Eléctrico no Limiar do Século XXI: Concorrência, Liberalização e Privatização
1998
39 JANK, Marcos Sawaya A Competitividade do Sistema Agroindustrial das Carnes no Brasil
1998

40 GUIMARÃES, Valeska Nahas

Novas Tecnologias de Produção de Base Microeletrônica e Democracia Industrial: Estudo Comparativo de Casos na Indústria Mecânica de Santa Catarina

1998
41 VIÑAS, Beatriz Cristina Brito, PÉREZ, Gilberto Hernández e SUÁREZ, Erenio González

La Gestión Tecnológica en la Empresa Cubana. Aproximación a un Modelo Conceptual

1998

42 MEDEIROS, Natalino Henrique

A Competição Shumpeteriana e a Organização Cooperativa: O Caso da COCAMAR

1998

43 BARAÑANO, Ana María

Perfil e Comportamento das Empresas Inovadoras em Portugal: Uma Análise segundo a sua Dimensão (Completo)

1999
44 SANTOS, Lucy Woellner dos e ICHIKAWA, Elisa Yoshie

Transformação ou Adaptação? Análise de um Processo de Mudança Organizacional (Completo)

1999
45 Coordenadores: MARCOVITCH, Jacques e BAIÃO, Maria Selma
Editor: PEREIRA, Júlio César Rodrigues

Edição Especial: O PROTAP e a capacitação em C&T: Reflexões e Experiências (Completo)

1999
46 Roberto Bernardes

O Caso EMBRAER – Privatização e Transformação da Gestão Empresarial: dos Imperativos Tecnológicos à Focalização no Mercado (Completo)

2000
47 Coordenador: Jesús Sebastián

Ciência e Tecnologia para uma Governabilidade Democrática (Completo)

2000
48 Federico M.Santoro Innovación y Sendero Evolutivo en la Industria Farmacéutica: Los Casos de Argentina y España(Completo)
2000

 

Centros de Excelência em P&D na Empresa Privada: O Caso da Rhodia S/A

1. Estudo de Caso: Metal Leve S/A

Eva Stal

Numa cronologia pontuada pelos fatos econômicos que marcaram o País, como o incremento da indústria automobilística no governo Juscelino Kubitschek e a recessão do governo Collor, esse estudo traça uma radiografia da "cultura tecnológica" da empresa Metal Leve S/A Indústria e Comércio, detentora de mais de 60% do mercado nacional de pistões para automóveis e 98% do mercado de bronzinas. A empresa fornece para multinacionais do porte da Fiat, Volkswagen, General Motors e a Caterpillar norte-americana. O estudo detalha o funcionamento da pesquisa científica dentro da empresa, que conta com propostas inovadoras em nível de gestão; como as "células de manufatura" e a criação de carreiras paralelas ou em Y - especificamente para profissionais na área de P&D - tornando possível a ascensão profissional sem a ocupação de cargos de gerência.


2. O Caso do Instituto Butantã

Willian Antonio Cerantola

Esse caderno analisa a capacidade de produção e pesquisa do Instituto Butantã, e os problemas de gestão enfrentados em diversos momentos de seus quase 100 anos de existência. O autor enumera, entre essas dificuldades, o espaço curto de negociações salariais de técnicos e pesquisadores, já que o Instituto se submete às "recorrências políticas" da Secretaria de Saúde do Estado de São Paulo. Cita ainda dificuldades decorrentes de atividades pioneiras do Butantã. Um caso específico é a iniciativa de comercialização de seus produtos, para geração de recursos, na década de 50, por meio da empresa Delpech e Cia Ltda. Esta empresa retinha margens de remuneração abusivas sobre os produtos produzidos pelos Instituto (40%). São analisadas a natureza das diferentes estratégias de trabalho adotadas pelo Instituto e as iniciativas de diversos administradores, passando por Oswaldo Cruz, Willy Beçak e Isaías Raw, concluindo que hoje a instituição é um centro de excelência devido a sua estrutura organizacional voltada para uma estratégia que prevê alternativas futuras, o que envolve a criação de diferentes departamentos de pesquisa e inúmeros convênios com empresas e demais institutos.


3. O caso do Instituto de Matemática Pura e Aplicada

Paulo Tromboni de Souza Nascimento

Esse caderno demonstra que o instituto, criado em 1952, passa pela pior crise de sua história. De um quadro de 42 pesquisadores em 1988, passou a 24 em dezembro de 92. Dos 28 assistentes de pesquisa de 82, restaram apenas dois na época do estudo e a idade média dos pesquisadores já ultrapassava 45 anos. Essa crise, segundo o autor, deve-se ao fato de que o instituto é sustentado quase que exclusivamente pelo poder público e mantém uma cultura acadêmica pouco permeável a patrocinadores do setor privado. Numa análise histórica crítica do instituto, o autor enumera casos em que o contexto político do país influiu sobre seus rumos. Analisa ainda algumas áreas promissoras no instituto, como a de computação gráfica. Algumas posições da entidade são vistas com restrições, como a concentração de atividades na área de sistemas dinâmicos.


4. Estudo de Caso: Departamento de Engenharia Mecânica da Universidade Federal de Santa Catarina

Maria Helena de Magalhães Castro

Sob a visão de que compete aos centros de pesquisa tecnológica das universidades a iniciativa de abrir e manter o contato com o setor privado para garantir sua própria sobrevivência, o texto analisa o Departamento de Engenharia Mecânica da Universidade Federal de Santa Catarina. Relata a história e os procedimentos bem sucedidos junto a várias empresas e os acertos e erros na área de gerenciamento de recursos, citando vários casos específicos. Contando na época de sua realização, 1992/93, com 138 patentes registradas, o Departamento de Engenharia mantém uma grande lista no aparelhamento da indústria e, para fazer eco a esses sucessos, conta com núcleo empenhado, especialmente no marketing de seus trabalhos. O estudo analisa ainda o imobilismo da maioria das empresas nacionais na área pesquisada e as inúmeras iniciativas do departamento, como a criação, em 1987, de uma incubadora de empresas e seu bom relacionamento com os governos municipal de Florianópolis e estadual de Santa Catarina. Destaca ainda uma peculiaridade daquele centro de estudos: a presença em seus quadros de uma maioria de integrantes de procedência étnica européia.


5. Estudo de Caso: Incor - Instituto do Coração do Hospital das Clínicas da Universidade de São Paulo

Hilda Maria Salomé Pereira

Esse estudo analisa a ilha de excelência que se tornou o Instituto do Coração, a inovação que o órgão representa em termos de gerenciamento da instituição pública na área médica, principalmente na administração financeira, de recursos humanos e de marketing. Na sua análise a autora sustenta que um dos principais fatores que levaram ao reconhecimento internacional do Incor foi o fato de ele ter se voltado, desde sua criação, em 1963, para o investimento em formação de profissionais e criação de novas tecnologias, chegando inclusive a criar um mercado para seus produtos. Não passa despercebido à autora que o Incor ganhou fôlego devido ao excelente relacionamento de seus entusiastas, em especial os professores Alípio Correa Neto e Euryclides de Jesus Zerbini, com os governantes do Estado de São Paulo.


6. Centros de Excelência em P&D na Empresa Privada: O Caso da Rhodia S/A

James Manoel Guimarães Weiss

Este trabalho examina o Centro de Pesquisas de Paulínia (SP), pertencente à Rhodia S/A, maior grupo químico privado do Brasil, envolvendo  um complexo de 20 empresas em cinco Estados brasileiros. O estudo identifica as áreas de competência do Centro de Pesquisas, assim como sua capacitação, como ele age e quais são suas relações com a Rhodia. A análise das estratégias de negócios da empresa é feita a partir do amplo processo de reestruturação econômica que caracterizou o setor químico mundial ao longo da década de 80, e toma como base depoimentos de seus executivos e pesquisadores. Fica evidenciado o elevado grau de subordinação das atividades de P&D às estratégias definidas pelas empresas. A estrutura organizacional, os recursos humanos alocados nas atividades de P&D, seu fluxo de recursos e sua sintonia com as decisões empresariais e linhas de pesquisa são apontados como fatores decisivos para a condição de excelência alcançada por esse centro de pesquisas.


7. O Programa de Soja da Universidade Federal de Viçosa

Tarcizio Rego Quirino

Um dos centros de estudo de melhor conceito no País, a Universidade Federal de Viçosa (MG) mantém um peculiar Programa de Soja. Ali são desenvolvidos diferentes tipos de sementes que visam, entre outras coisas, melhorar o gosto do produto, com muito sucesso, em convênios com empresas de grande porte como a Nestlé. Este caderno analisa os impactos sociais e econômicos que o programa causou na região do Cerrado, como a expansão do cultivo do produto, devido em grande parte às atividades incrementadas pela UFV. Também foram identificados nesse trabalho aspectos relacionados com a cultura organizacional e arranjos administrativos da Universidade, que ajudaram ou dificultaram o bom andamento do programa. O estudo demonstra ainda a postura pragmática que permitiu ao programa progredir dentro de um contexto sócio-econômico difícil, e apresenta conclusões e análises que visam beneficiar os demais centros, com as mesmas características, espalhados pelo País.


8. Embraer: Trajetória de uma Empresa de Alta Tecnologia brasileira

 Roberto Sbragia e José Cláudio C. Terra

A EMBRAER é uma empresa bem conceituada no mercado internacional de aviação. Produz aviões que são exemplos de excelência e contam com grande receptividade em países do primeiro mundo, como o EMB-145, o Super Tucano, o Brasília e o AMX. Apesar disto, sofre fortes abalos devido às mudanças na gestão econômica do País e enfrenta uma concorrência estimulada pelo próprio governo. Aviões estrangeiros, por exemplo, entram no Brasil com isenção de impostos, enquanto a Embraer é obrigada a pagar, sobre seu preço final, 19,2% de impostos. Os autores analisam esses sucessos e essas contradições, relatando os antecedentes da empresa, seu desempenho e suas estratégias de marketing, tecnologia e de formação de recursos humanos. Os autores abordam ainda a Embraer sob a ótica de uma empresa que atua num setor que suscita paixões e estimula a discussão de vários temas, como o papel do Estado como fomentador do desenvolvimento tecnológico.


9. Empresas Manufactureras Exitosas en Ibero-America: Estudio de Casos Bios Chile

Eduardo Testart Tobar e Rolando Zapata Campbell

Este estudo analisa a empresa inovadora Bios Chile. Ela surgiu em 1986, formada por um grupo de catedráticos e pesquisadores, quando os chilenos ainda não tinham ouvido falar em alta tecnologia na área de pesquisa biológica. Desde o princípio, a Bios Chile foi estruturada com base em planejamento de estratégias que consideraram a realidade chilena e da América Latina, e desde logo se preocupou em satisfazer não apenas o mercado interno como também buscar mercado no exterior. O texto deste volume analisa a empresa à luz dos acontecimentos sociais e econômicos, tanto do Chile quanto do mundo, no que diz respeito a tendências de pesquisa e inovações tecnológicas. Os autores concluem que é importantíssima a participação governamental no fomento de empresas e tecnologias que inovem a produção do que já se conhece; e que a própria Bios Chile teve um desenvolvimento marcado pelo incentivo governamental. Hoje, a Bios Chile tem grande penetração na área de produtos para diagnóstico e tem, como principais concorrentes, empresas multinacionais do porte da Johnson & Johnson e Abbott


10. Empresas Manufactureras Exitosas en Ibero America: Estudios de Casos Julio Berkes S/A de Uruguay

Eduardo Testart Tobar e Rolando Zapata Campbell

Uma das mais antigas empresas investidoras em tecnologia do Uruguai, a Julio Berkes S/A, metalúrgica especializada em calderaria leve e pesada, pode ser tomada como paradigma das crises econômicas pelas quais passou seu País. Investindo há décadas em tecnologia, a empresa tem priorizado, segundo os autores, áreas de trabalho que lhe garantam manter a qualidade de seus produtos, mesmo que isso signifique perder clientes potenciais, que exigiriam mudanças de rumo ou perda de qualidade. O estudo detalha como se processa a gestão tecnológica da empresa, sua estratégia de marketing, sua busca de suporte financeiro e sua gestão de recursos humanos. Conclui, por fim, que o desenvolvimento de empresas inovadoras não depende necessariamente das dificuldades econômicas pelas quais passam o País, nem deve se submeter às alternativas que o meio ambiente oferece, buscando sempre novos meios de incrementar sua produção, principalmente na área de criação de tecnologias.


11. Mudança Tecnológica, Processo Inovador e Espaço - considerações teóricas e aproximação ao caso português

Margarida Garrido

A autora portuguesa enfoca nesse estudo as desigualdades na distribuição espacial da inovação tecnológica. Para isso, debruça-se sobre o contexto geo-político e geo-econômico português, analisando fatores como inputs científicos e traçando correlações entre esforços de investimentos e resultados inovadores. O estudo chega a conclusões interessantes, como a de que a utilização do conhecimento tecnológico e da formação por parte das empresas não se faz automaticamente e sem custos, como pressupõem algumas teorias clássicas. Para que uma empresa seja capaz de incorporar os resultados que obtém, diz a autora, é necessário que ela tenha desenvolvido capacidade de aprendizagem através de um esforço em investimento e desenvolvimento. É justamente na ausência dessa preparação de ambientes para a recepção de conhecimento e tecnologia que está a explicação, por exemplo, dos motivos pelos quais grande parte das empresas é incapaz de utilizar ou se apropriar do resultado de programas que já foram ou são financiados pelo setor público.


12. Difusão dos Serviços de Disseminação de Informações On-Line no Brasil

Liz-Rejane Issberner Legey

Este trabalho estuda a difusão dos Serviços de Disseminação de Informações On-Line (SDIO), sua participação nos processos de produção no Brasil, o ritmo e a direção com que esse processo se desenvolveu e a sua integração com vários fatores tecnológicos, econômicos e institucionais. Como se trata de uma atividade econômica bastante recente, estimulada pelo processo de convergência das tecnologias de computação e de telecomunicações, o estudo analisa em destaque o nível de complexidade envolvido em tais atividades. A autora descreve a evolução dos SDIO a partir das três fases distintas que correspondem a trajetória tecnológica desses serviços nos países industrializados, onde se encontra a fronteira da tecnologia. No Brasil, a evolução dos SDIO é analisada a partir do estudo de caso de três empresas de diferentes segmentos da economia. Em cada setor, é analisada a interferência dos contextos tecnológico, econômico e institucional, que trabalham como estimulantes ou como barreiras ao desenvolvimento de processos. Sob o prisma de um quadro que mostra a desarticulação da reserva de mercado da informática, o estudo analisa este setor tecnológico e, dentro dele, particularmente, os serviços de informação.


13. Estudo da Gestão Tecnológica nas Empresas do Pólo Petroquímico do Sul do Brasil

Luiz Paulo Bignetti

Esse estudo de Luiz Paulo Bignetti enfoca a história do Pólo Petroquímico do Sul do Brasil, situado na cidade de Triunfo, no Rio Grande do Sul. O autor analisa a história de sete empresas, o crescimento ou redução e seus processos de aprendizagem tecnológica, a gestão que realizaram de P&D e a vinculação entre essa gestão específica e a estratégica. Todas as empresas analisadas criaram, com sucesso ou não, setores de pesquisa e desenvolvimento, após absorverem tecnologias de empresas transnacionais e criarem sua própria capacitação técnica. A evolução desses investimentos em inovação é analisada sob um ponto de vista crítico e objetivo, que chega à conclusão de que, atualmente, com o aumento da flexibilidade de produção, essas empresas procuram novas oportunidades de negócios, ocupando nichos específicos de mercado ou mediante o lançamento de novos produtos. Ou seja, a tecnologia, embora seja considerada um recurso altamente estratégico, não possui um papel pró-ativo na formulação do planejamento global, antes, se adequa às necessidades mercadológicas do momento. O autor acredita, no entanto, que as vantagens competitivas para a indústria petroquímica brasileira serão conseguidas no futuro mediante o reforço das atividades em pesquisa e desenvolvimento para domínio do know-why, mediante a adoção de estratégias tecnológicas mais agressivas.


14. O Comportamento Inovador de Pequenas, Médias e Grandes Empresas Latino-Americanas

Roberto Sbragia e Marcello Barra

Nove empresas latino-americanas são analisadas neste estudo sob a ótica de seu esforço de inovação. Dentro do contexto do continente, as empresas estudadas situam-se em posições diferentes. Há empresas pequenas, médias e grandes, sendo cinco do setor químico, três do setor metalúrgico e uma do setor ótico. Todas as empresas foram pesquisadas nos anos de 1990/91 para a elaboração do estudo sobre as "Cien Empresas Innovadoras en Iberoamerica", que teve painel realizado em 1992, em São Paulo. Esse estudo foi realizado em países como o Brasil, Chile, Argentina, Colômbia e Uruguai. Ao mesmo tempo que as empresas escolhidas são analisadas dentro de um contexto latino-americano, elas são vistas individualmente, e os autores chegaram a diferentes conclusões para cada grupo. A inovação e o tratamento personalizado para os clientes foram detectados como prioridades para as pequenas empresas. As empresas de tamanho médio, demonstraram grande preocupação com o mercado mundial e entre as empresas de grande porte, verificou-se interesse com as aberturas de mercados, que levam à necessidade de esforços contínuos de inovação. O estudo traz vários quadros comparativos entre o porte e a produção das empresas estudadas.


15. Innovación en la Industria Farmaceutica: el Caso de Laboratorios Beta

Carlos M. Correa e C. Jeppesen

Esse estudo destaca a importância da indústria farmacêutica na economia argentina, enfocando um fato típico do mercado local: a indústria nacional de produtos farmacêuticos da Argentina domina a venda e a produção do setor. É uma situação que diferencia este país dos demais latino-americanos. O autores detalham os fatores referentes a essa questão, entre eles o fato de o país ter uma legislação de patentes extremamente favorável às empresas locais. As indústrias nacionais chegam a ter 55% deste mercado. Dentro deste contexto, os autores dão especial atenção para os Laboratórios Beta. Esta empresa, especializada na produção de insulina, entrou num rápido processo de expansão a partir dos anos 80. Em 83, iniciou um processo interno de agressiva reformulação e, em 84, já contava com uma estrutura de P&D - que os autores fazem questão de ificar como diferente do processo de inovação. Mantendo constantes relações com os centros mundiais de pesquisa, os Laboratórios Beta conseguiram se firmar e chegar a um faturamento, em 1993 (último ano analisado pelo estudo) de US$ 60 milhões.


16. Aluar: Trayectoria Tecnologica y Competitividad Internacional

Roberto Bisang

A parceria da iniciativa privada com o poder público é o destaque do trabalho de Bisang. Ele analisa a criação e o desenvolvimento da empresa argentina Aluar, especializada na produção de alumínio primário. A empresa, que na época do estudo produzia 170 mil toneladas do material por ano, com faturamento anual de US$ 260 milhões, teve uma base encimada num projeto desenvolvimentista do governo argentino. Pretendia-se no início da década de 70, completar o ciclo produtivo do alumínio, visto que o país já contava com extração e laminação do metal. Para cumprir tal objetivo o governo firmou acordo com a Aluar, em 1970, que previa um prazo de cinco anos para montar uma planta produtora capaz de fabricar 140 mil toneladas/ano, priorizando o mercado nacional e exportando apenas o excedente e que atingisse um índice de pureza mínimo de 95%. Adotando, em princípio, uma tecnologia importada, utilizada por técnicos locais, a Aluar cumpriu esse objetivo e passou a investir em seu próprio desenvolvimento tecnológico, aprimorando a pureza de seu produto. O autor analisa detalhadamente duas décadas da história da empresa e os contextos econômicos nos quais a evolução aconteceu.


17. Biotecnologia Vegetal no Brasil: Análise de Dois Estudos de Caso de Investimentos Privados

Maria Beatriz M. Bonacelli

A biotecnologia no Brasil tem algumas particularidades que são analisadas nesse estudo, a partir de dois pontos de vista: além da visão macro referente às questões mais cruciais que envolvem a biotecnologia no mundo, há a análise específica de dois casos brasileiros que são emblemáticos do que acontece com as NEBs - Novas Empresas de Biotecnologia. Dessa forma, são analisados os interesses das grandes corporações e algumas questões mais técnicas, como o fato de que muitas vezes se torna mais fácil adaptar uma planta a um herbicida, alterando toda sua formação genética, do que desenvolver um novo produto para combater pragas e doenças. Os dois casos estudados referem-se à biotecnologia agrícola. São as empresas Bioplanta e Biomatrix, duas das maiores NEBs brasileiras e se caracterizam por ter em seu quadro funcional um número altíssimo de funcionários especializados em pesquisa e de alto gabarito acadêmico. É interessante notar que ambas as empresas passaram por dificuldades financeiras muito semelhantes, só contornadas pelos investimentos das empresas responsáveis por sua formação, A Souza Cruz (Bioplanta) e a Agroceres (Biomatrix). Os investimentos governamentais, acredita a autora, ocorrem com falta de organicidade, o que gera constantes discussões.


18. Capacitación Tecnológica en la Industria de Química Fina no Brasil: Una taxonomia de las Empresas Nacionales

Alexis Mercado

A comparação entre várias empresas do setor de química fina no Brasil dá o tom desse estudo, que avalia 33 empresas detalhadamente, colocando lado a lado questões como investimento em pesquisa, pessoal qualificado, métodos para iniciação de processos e registro de patentes. O autor chegou à conclusão de que são muitos os desequilíbrios quando se analisa as empresas do setor de um ponto de vista globalizante. Ele conclui também que o processo de capacitação se dá basicamente por meio da cópia, embora tenha sido verificada uma interessante atividade de pesquisa e desenvolvimento em algumas firmas estudadas. As unidades produtivas do setor de química fina, segundo o estudo, desenvolvem um processo de capacitação onde as relações técnicas com o exterior têm um papel importantíssimo. As universidades e outras empresas nacionais, que ajudam na fabricação de equipamentos, também são utilizadas pelas empresas estudadas. Por fim, o estudo analisa que há a necessidade de implementação de estímulo oficial a empresas do tipo, pois há um potencial de crescimento muito grande no País no que se refere a elas.


19. Comércio, Tecnologia e Meio-Ambiente na América Latina

Jacques Marcovitch e Simão Davi Silber

Enfocando as últimas duas décadas, os autores analisam nesse trabalho a evolução das relações comerciais entre os países latino-americanos, quantificando as importantes alterações na intensidade das trocas comerciais ao longo do período, quando verificou-se uma clara tendência expansionista, principalmente a partir dos anos 80. Houve, entretanto, muitos desajustes no relacionamento entre as iniciativas minilaterais de formação de blocos, por razões como a política de substituição de importações adotada pelos países latino-americanos, ou por questões locais, como a existência do NAFTA, que sempre interferiu negativamente no fortalecimento da ALADI. O estudo discute ainda as relações entre inovação tecnológica, competitividade setorial e seus reflexos sobre o crescimento da participação relativa da América Latina no comércio internacional. Nesse contexto, são discutidos alguns aspectos dos acordos da Rodada Uruguai, do GATT, sobre o comércio internacional e a interface deste com a questão ambiental.


20. Internacionalização de Empresas Brasileiras

Fernando A. de Andrade Vieira Loureiro

Esse trabalho procura identificar diferentes estratégias de internacionalização de empresas brasileiras e as respectivas ações ou alternativas de implantação das mesmas no exterior em função dos objetivos assumidos. Adota-se como premissa que o processo de internacionalização permite à empresa o aproveitamento das oportunidades de negócios existentes no mercado internacional, além de contribuir de maneira decisiva para um desenvolvimento econômico imprescindível para o País. O estudo analisa ainda as relações internacionais do Brasil de modo a concluir que o País tem uma certa tradição em exportação de produtos, mas nenhuma tradição em exportação de capital, com investimentos diretos na abertura de empresas no exterior. O autor também verifica que há uma total falta de informações ou dados relevantes sobre o assunto nos órgãos competentes do governo brasileiro. São estudados casos da Embraer, Itautec, Metal Leve, Odebrecht e Pão de Açúcar.


21. Padrão de Desenvolvimento Agrícola e Inovação Tecnológica

Samira Aoun Marques e Hélio Nogueira da Cruz

Este trabalho faz uma análise do modelo de desenvolvimento agrícola adotado pelo Brasil desde a década de 50. Os impactos das mudanças tecnológicas no comportamento do setor agrícola são realizados, segundo os autores, com pouco entrosamento entre as instituições já instaladas de gestão de C&T e agricultura. A ausência dessa integração poderia levar a transformações, capazes de promover crescimento harmonioso da agricultura brasileira. Dessa forma, poderiam ser evitados alguns problemas enfrentados pelo País, como um abastecimento agroalimentar deficiente e a falta de competitividade em nível internacional. As diferenças de estratégias competitivas, impulsionadas principalmente pela globalização do mercado também são analisadas. Os autores alertam, entretanto, que a inovação e o desenvolvimento devem ser organizados de forma a não gerar graves desequilíbrios, o que torna necessário um sistema de planejamento ao País.


22. Prática de Gestão Tecnológica e Competitividade no Setor de Autopeças

José Eduardo Rodrigues de Souza

Esse estudo baseia-se em uma pesquisa empírica que analisou em profundidade cinco empresas do setor de autopeças de São Paulo, que contam com centros de P&D formalmente instituídos e são exportadoras regulares. O objetivo foi verificar as práticas de gestão e suas influências na competitividade. Foram analisadas as empresas Cofap, Clark, Freios Vargas, Metal Leve e Sifco. A pesquisa permitiu identificar várias práticas que são utilizadas, destacando-se a preocupação da alta administração com a inclusão das estratégias tecnológicas no plano da organização, os processos participativos como o uso de comitês no estabelecimento e implantação de metas e a participação de clientes nas análises da posição competitiva e na avaliação dos benefícios dos investimentos realizados em P&D.


23. La Contratación Empresarial de la Investigación Universitaria

Eva Stal

A propriedade intelectual, a exploração de patentes e os conflitos de interesse entre a atividade docente e os projetos contratados por empresas a equipes do meio acadêmico, são alguns dos pontos analisados por Stal nesse volume. Para tal, ela observa vários aspectos contratuais de acordos entre universidades e empresas norte-americanas. Sua análise, no entanto, não é meramente técnica. Ela foca o contexto histórico e a evolução das relações. Como se trata da realidade americana, não lhe passam despercebidas, por exemplo, as iniciativas no sentido de integração entre escolas e empresas que havia já no final do século passado, e que passaram a se incrementar a partir da grande recessão da década de 30. Os diversos programas de colaboração são analisados demoradamente, com o detalhamento de valores e resultados apresentados por essas experiências. O trabalho também traça um paralelo com o problemas vivenciados por instituições brasileiras e debate o preconceito presente em grande parte do meio acadêmico que considera os acordos com empresas um risco que pode levar à deturpação da finalidade dos estudos acadêmicos.

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24. La Universidad Innovadora - Una Estrategia para el Cambio de las Universidades Mexicanas em los 90

Axel Didriksson

Esse caderno enfoca as mudanças recentes pelas quais tem passado a Universidade do México e seu relacionamento com a demanda por inovação que se vê na sociedade. Segundo o autor, a universidade mudou substancialmente na última década, já que vinha numa dependência muito grande dos recursos e da atenção do Estado. Com a crise do relacionamento que tinha o Estado como provedor, as universidades caíram numa situação que evidencia o desgaste de sua estrutura, arcaica e burocrática. Combatendo essa situação, o autor coloca o conceito da universidade de serviços, que passa a trabalhar em associação com a sociedade. Outro fenômeno analisado é a fusão de estruturas acadêmicas visando a montagem de azeitados centros de inovação, além da abertura de possibilidade de vinculação com entidades estrangeiras que tenham interesses convergentes. A construção de novas estratégias de médio e longo prazos e sua metodologia também são analisados no trabalho.

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25. Atitudes Gerenciais Quanto à Participação dos Trabalhadores na Gestão da Qualidade

Elaine Di Diego Antunes

Esse estudo analisa alternativas gerenciais em relação à participação dos trabalhadores e sua inserção no contexto competitivo da gestão da qualidade. Esse tipo de gestão, intitulada "gestão participativa", que a autora acredita ser uma tendência crescente, sofre a interferência de aspectos estruturais e conjunturais (como a globalização de mercados, a maior participação dos cidadãos na vida política e o agravamento da problemática social no país), e de questões organizacionais como a difusão de técnicas e métodos japoneses de gerenciamento. Todo esse contexto determina um novo horizonte para o gerenciamento do fator humano. Analisa, ainda, vários níveis de participação dos trabalhadores na gestão das empresas, as formas e técnicas necessárias e a gestão participativa no Brasil, concluindo que faz-se necessário o incremento da gestão participativa no País não só nas empresas, mas também nos sindicatos. O governo federal, sugere a autora, também pode ajudar efetivando, por exemplo, as propostas educacionais já existentes na Lei de Diretrizes e Bases, visto que a educação é uma das principais bases da gestão participativa.


26. O Papel dos Centros de Pesquisa na Capacitação Tecnológica: Um Estudo Comparativo

Maria Tereza Ribeiro

Usando como base para seu estudo a teoria do aprendizado tecnológico - que ressalta as possibilidades de desenvolvimento mesmo em situações de dependência tecnológica - a autora se debruça sobre dois centros de pesquisa do setor elétrico: o CEPEL (Brasília) e o IBEQ (em Quebec, Canadá), mantidos pela Eletrobrás e pela Hydro-Quebec, respectivamente. O estudo compara as empresas, que têm semelhantes estruturas institucionais e configurações de sistema e, conseqüentemente, as mesmas características tecnológicas. Nos dois países, a indústria de equipamentos e materiais elétricos é dominada por multinacionais. As políticas de compras, a atuação de empresas subsidiárias, os sistemas de capacitação e gestão tecnológica e as bases do processo de aprendizado dessas empresas são analisadas no estudo. Fica claro, na comparação, a necessidade, no caso da Eletrobrás, de se retomar a perspectiva de longo prazo e tornar-se mais flexível, qualidades necessárias a um centro tecnológico que pretenda conviver num regime econômico sujeito a grandes mudanças de ordem técnica ou institucional como o brasileiro.


27. La Organización Ideal para la Innovación y los Programas RACE, Espirit; y Eureka: un Análisis del Caso Español

Ana María Barañano

A inovação industrial na Espanha é o tema dessa edição. A autora, Ana María, doutora em Ciências Empresariais pela Universidad Autónoma de Madrid, realizou pesquisa junto a 51 empresas espanholas com o objetivo de identificar que fatores organizacionais ou de gestão interferem no êxito ou fracasso de uma inovação e se as empresas, como um todo ou em separado, gozam desses fatores. Depois dessa análise, a autora avança ainda mais e procura verificar se as empresas que têm esses fatores à disposição de fato são as que conseguem maior êxito e questiona se muitas empresas não seriam beneficiárias de uma política européia de auxílio à pesquisa e desenvolvimento que procura apenas atender as empresas mais débeis, em vez de promover a inovação em empresas que realmente têm vocação para isso. Os resultados a que a autora chegou são de que as empresas em condições ideais de desenvolvimento de pesquisa e inovação são uma minoria. Estas empresas, acredita a autora, obtém sucesso porque realizam um trabalho de inovação integrado, em conjunto com projetos supranacionais de cooperação tecnológica. Elas não são, no entanto, as que obtém mais vantagens da sua participação nestes projetos.


28. El Empresario, la Tecnologia y el Poder: Dos Empresas en un Momento de Cambio Estructural

Marisol Perez Lizaur

Este trabalho procura associar, de maneira antropológica, as mudanças sociais e culturais da sociedade mexicana com as mudanças tecnológicas que se fazem sentir em todo o mundo. Para isso, a autora considera que as alterações ocorridas na estrutura e organização de certas empresas mexicanas são adaptações sucessivas às modificações que acontecem a sua volta. Dessa forma, são analisadas as estratégias de algumas empresas que investiram em inovação considerando o contexto em que elas tomaram decisões e como viabilizaram seus empreendimentos. As pretensões das empresas, suas estratégias, a criação de novas plantas e o apoio que receberam do governo e do meio acadêmico são vistos como ações conjuntas motivadas por fatos que ocorreram no país como um todo e no circuito tecnológico mundial. A autora analisou as relações de poder (formais e informais) existentes entre os vários componentes da linha da inovação tecnológica: não só entre uma e outra empresa, ou entre uma empresa e o governo, mas também entre os quadros de funcionários das próprias empresas. Dentre outras conclusões, a autora verificou que para a inovação tecnológica não bastam mudanças na cultura empresarial. Elas precisam vir acompanhadas de profundas mudanças no Estado, que permitam a formação de um ambiente propício a mudanças.


29. Alocação de Recursos e Objetivos Organizacionais: Um Estudo sobre a Pesquisa Agrícola em Santa Catarina

Lucy Woellner dos Santos

Esse caderno apresenta os resultados de uma pesquisa realizada na Empresa Catarinense de Pesquisa Agropecuária S/A (EMPASC), focalizando o período de 1976/90. O estudo analisa as várias características típicas da empresa - da área de pesquisa científica, o que significa trabalho intelectual sem certeza de retorno, e da área agrícola, que tem um ritmo próprio dentro do cenário das entidades de pesquisa. Dessa forma, o estudo objetiva verificar até que ponto a alteração na alocação de recurso das diversas fontes financiadoras provocou mudanças nos objetivos operacionais da EMPASC, identificar quais as características mais freqüentemente observadas nos projetos de pesquisa financiados pelas diversas fontes e outras questões referentes ao assunto. Para isso, é realizado um estudo da história da pesquisa agropecuária no Brasil e no Estado de Santa Catarina, assim como suas mudanças estruturais ao longo dos anos.


30. Estratégias Empresariais nos Anos 80: O Setor de Máquinas Ferramenta

Roberto Vermulm

Esse trabalho expõe o ambiente macroeconômico de fortes turbulências da década de 80 e seu impacto sobre o setor de máquinas-ferramenta. Nesse período ampliaram-se as assimetrias entre as empresas do setor, em decorrência do ambiente macroeconômico instável e da difusão do paradigma eletrônico associado à mecânica. É realizada uma análise do setor de máquinas-ferramenta no Brasil, procurando-se mostrar sua inserção internacional, sua trajetória ao longo da década e seus principais determinantes. Apresenta-se os resultados de várias entrevistas realizadas e a tipologia das estratégias empresariais, destacando-se o aspecto da cumulatividade das trajetórias tecnológicas. O autor procura fazer uma reflexão teórica das evidências empíricas encontradas, à luz dos conceitos schumpeterianos apresentados no início do trabalho.

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31. Alianças Estratégicas em Tecnologia: um Estudo de Caso nas Relações Universidade/Empresa

Roberto Gregório da Silva Júnior

Este caderno detalha pesquisa sobre os fatores que viabilizam alianças estratégicas em tecnologia e se detém, particularmente, nas relações universidade-empresa para fomentar atividades de pesquisa e desenvolvimento. A publicação é resultado de trabalho desenvolvido por Roberto Gregório da Silva Júnior, professor de Economia de Engenharia no Departamento de Transportes da Universidade Federal do Paraná (UFPR) e gerente assistente do Centro de Pesquisa e Desenvolvimento Tecnológico da Companhia Paranaense de Eletricidade (COPEL). No trabalho, o pesquisador aponta quatro dimensões que caracterizam a viabilização das alianças universidade-empresa voltadas à pesquisa e desenvolvimento: dimensões ambiental, estratégica, estrutural, cultural e comportamental. Para êxito dessa parceria, ele destaca que as duas partes têm que levar em consideração, entre outros fatores, políticas governamentais, demandas sociais, concorrências, novos mercados e tecnologia, imagem institucional, políticas de relacionamento, infra-estrutura e instrumentos de gestão, capacidade empreendedora e de compartilhamento.


32. O Brasil Imita o Japão? A Qualidade em Empresas de Autopeças

Alessandra Rachid

Nesse trabalho a engenheira de produção mecânica Alessandra Rachid estuda a transposição de métodos organizacionais do "modelo japonês", especialmente os de controle de qualidade, para três empresas de autopeças de São Paulo. Esses métodos, que o Japão começou a aprimorar no pós-guerra, adaptando às suas condições tecnologias norte-americanas e européias, dão a máxima importância à qualidade. A partir da década de 80, empresas ocidentais passaram a adotá-los, fase em que chegaram também a São Paulo. Professora de Engenharia de Produção da Universidade Federal de São Carlos, Alessandra mostra em sua pesquisa que a transposição do modelo japonês implica em grandes mudanças nas área de treinamento. Implica também em aumento dos investimentos com o objetivo de superar deficiências na formação de mão-de-obra. Em conseqüência, a absorção desses métodos japoneses só apresenta resultados positivos a longo prazo e se houver um esforço permanente nesse sentido.

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33. Mudança Organizacional e Desenvolvimento Local de Tecnologia: Panorama de uma Interação

Paulo Negreiros Figueiredo

A competitividade internacional das empresas de países em desenvolvimento depende de sua competência para combinar freqüentes mudanças organizacionais ao constante esforço de desenvolvimento local de tecnologia. O acesso à produção tecnológica nesses países é caro e restrito e a natureza incerta do meio em que elas operam torna necessária a criação de um contexto empresarial de inovações mútuas e constantes em termos organizacionais e tecnológicos. Esse é o centro do trabalho desenvolvido por Figueiredo. Neste volume, o autor sintetiza um panorama da interação entre mudança organizacional e desenvolvimento local de tecnologia. Esta interação é explorada como fator chave para o alcance e sustentação da competitividade internacional de empresas latino-americanas, particularmente as brasileiras. O autor dá maior ênfase analítica aos aspectos da mudança organizacional em detrimento da mudança técnica, e sua amostra engloba 28 grandes empresas do Rio de Janeiro. Na primeira parte do trabalho, ele discute o significado ampliado da tecnologia e, na segunda, trata das práticas potencializadoras e inibidoras da inovação nas empresas a partir de evidências empíricas.

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34. La Cooperación Cientifica y Tecnológica como Instrumento para la Integración de America Latina

Jesús Sebastián

Neste volume o autor analisa as diferentes experiências de cooperação científica e tecnológica no âmbito dos países ibero-americanos. Faz sua abordagem sob o ponto de vista da contribuição entre os países, o impacto desta na integração da América Latina e a cooperação do continente com outras regiões do mundo. Ex-secretário do CYTED, Jesús Sebastián, doutor em Ciências Biológicas pela Universidad Complutense de Madrid e pesquisador do Centro de Información y Documentación Cientifica del CSIC (Espanha), fundamenta seu estudo na conferência Tecnologia: Critérios de Êxito nos Marcos da Integração, organizado pelo Capítulo Espanhol do Club de Roma e pela Universidad de Santiago de Compostela, realizado em julho de 1996.


35. Dossiê sobre Política e Gestão da Pesquisa em Biotecnologia na Ibero-América

Jacques Marcovitch e Juan M. Dellacha

Este caderno sintetiza debates da reunião "Política e Gestão da Pesquisa em Biotecnologia na Ibero-América - REVYDET/Subprograma XVI", que buscou estabelecer um diagnóstico sobre o desenvolvimento da biotecnologia na região, identificar os principais obstáculos ao seu crescimento e as maiores barreiras em matéria de gestão de P&D, de inovação e de cooperação empresa/universidade na área de biotecnologia. O caderno detalha temas como a biotecnologia na Ibero-América, fatores inibidores e propulsores na opinião dos participantes do encontro, oportunidades de investimento em biotecnologia no Brasil e gestão tecnológica empresarial e biotecnologia na América Latina.


36. As Humanas e sua Aplicação Prática: Proposta para uma Nova Leitura da Política Científica e do Desenvolvimento

Renato Janine Ribeiro

A contribuição das ciências humanas à articulação C&T/sociedade se dará no plano da cidadania, da construção da democracia e da aposta numa vida melhor, afirma o professor Renato Ribeiro, com base em sua experiência em política científica. Ele analisa os vínculos entre as ciências humanas e sua aplicação prática. Ele sustenta que os modelos que embasam as ciências exatas e a tecnologia não podem ser transpostos mecanicamente para as ciências humanas. Justifica sua tese com a constatação de que as ciências exatas são fundamentadas no século XVII, com a proposta de tornar o homem senhor e dono da natureza, enquanto as ciências humanas, nascidas a partir da visão rousseauista do século XVIII, têm por característica que o sujeito do conhecimento coincide com o objeto - sempre o ser humano.


37. Variables a considerar em el Análisis de los Sistemas Nacionales de Innovación

Ignacio Fernández de Lucio, Elena Castro Martinez, Fernando Conesa Cegarra e Antonio Gutiérrez Gracia

Este volume se fundamenta nos últimos estudos sobre as relações entre economia e tecnologia. Mostra que o modo de funcionamento do Sistema Nacional de Inovação (SNI) tem uma influência decisiva no desenvolvimento e na articulação sócio-econômica do país. Os autores, ligados a Universidade Politécnica de Valencia, observam que, através das variáveis, os países buscam caracterizar e conhecer o funcionamento de seus SNIs, com o objetivo de poder desenhar de maneira eficaz suas políticas científica, tecnológica e industrial. O autor expõe algumas das idéias que o enfoque interativo da inovação faz ao meio e as possibilidades que abre para analisar os processos de inovação através da análise de sistemas. Nesse contexto, se define o SNI pelo conjunto de seus elementos e estruturas, que assumem funções específicas no processo de produção, transmissão e armazenamento de conhecimentos e se caracteriza por sua capacidade de interação, mediante a articulação de seus elementos para a produção de conhecimentos e sua difusão e utilização. Na última parte do caderno, o pesquisador caracteriza o sistema espanhol de inovação atual, utilizando esta particular concepção dos sistemas de inovação.

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38. O Sector Eléctrico no Limiar do Século XXI: Concorrência, Liberalização e Privatização

Maria Izabel R. T. Soares

As tendências do setor de energia elétrica no século XXI e suas diferenças com o futuro das telecomunicações constituem o ponto central do trabalho de Maria Izabel R. T. Soares, professora catedrática da Faculdade de Economia da Universidade do Porto. No texto, a autora mostra que o setor elétrico, a exemplo da área de telecomunicações, constitui um marco das transformações técnicas, econômicas, organizacionais e estratégicas do final deste século e do início do próximo. A autora trata da questão sob o aspecto macro-econômico, tecnológico e ambiental, tendo como parâmetro o movimento neoliberal que se desenvolve em todo o mundo. Para investigar as tendências futuras do setor, a pesquisadora faz considerações sobre a experiência desenvolvida por alguns países na área de energia elétrica, não se limitando à clássica experiência britânica, que deflagrou o processo de privatização do setor em todo o mundo.


39. A Competitividade do Sistema Agroindustrial das Carnes no Brasil

Marcos Sawaya Jank

A proposta do autor é analisar a competitividade do sistema agroindustrial das carnes bovina, avícola e suína no Brasil no quadro de uma economia aberta, desregulamentada e integrada internacionalmente. O estudo destaca que o tema da competitividade pode ser analisado sob o enfoque da eficiência dos contratos e formas organizacionais que se estabelecem ao longo de sistemas coordenados de agribusiness. O autor constata que a competitividade está intimamente ligada ao desenvolvimento de mecanismos eficientes de coordenação suprafirmas, dentro de uma visão de concorrência sistêmica. Ele sugere que as associações de interesse privado atuem como elementos organizacionais interligados à coordenação suprafirmas. O trabalho discute o papel destas entidades no sistema de carnes e, ao final, apresenta uma agenda para investigações futuras no sistema de carnes no Brasil.


40. Novas Tecnologias de Produção de Base Microeletrônica e Democracia Industrial: Estudo Comparativo de Casos na Indústria Mecânica de Santa Catarina

Valeska Nahas Guimarães

O trabalho trata do estudo das relações que se estabelecem entre as Novas Tecnologias de Produção de Base Microeletrônica (NTP-ME) e a democracia industrial. Apresenta os resultados de um estudo teórico-empírico interdisciplinar, essencialmente qualitativo. A metodologia de trabalho adotou o estudo comparativo de casos aplicado em cinco empresas de Santa Catarina do sub-setor industrial mecânico. As conclusões da pesquisa reforçam o caráter social da tecnologia e a sua multi-dimensionalidade, refutando o determinismo tecnológico. A autora conclui que a natureza das relações entre as NTP-ME e o processo de democratização industrial é altamente complexa e contraditória. O estudo comparativo de casos fornece também elementos qualitativamente úteis para a autora concluir que a democracia industrial permanece um ideal distante da realidade das empresas.


41. La Gestión Tecnológica en la Empresa Cubana. Aproximación a un Modelo Conceptual

Beatriz Cristina Brito Viñas, Gilberto Hernández Pérez e Erenio González Suárez

Os autores analisam a competição entre países, empresas e pessoas no mundo atual e destacam a necessidade de as empresas latino-americanas, particularmente as cubanas, melhorarem sua posição nesse ranking de competitividade. Para tanto, apontam como caminho o aperfeiçoamento contínuo e radical dos processos de produção e o papel fundamental que aí desempenham a gestão da inovação e o intercâmbio tecnológico. Os autores indicam que o primeiro passo para se organizar adequadamente os processos de gestão tecnológica é fazer um diagnóstico do desenvolvimento alcançado pela empresa em comparação com suas competidoras. O texto resume os principais resultados de um diagnóstico feito pelos autores junto a um grupo de importantes empresas da parte central de Cuba, no qual foram analisados principalmente o desempenho e a capacidade inovadora. Eles propõem um modelo que poderá dotar as empresas de altos níveis de competitividade, desde que potencializem a gestão tecnológica como a principal alavanca para a obtenção de êxito na competição.


42. A Competição Shumpeteriana e a Organização Cooperativa: O Caso da COCAMAR

 Natalino Henrique Medeiros

Neste volume, o autor faz uma síntese do processo de inovação adotado pela COCAMAR – Cooperativa de Cafeicultores e Agropecuaristas de Maringá Ltda – Paraná. Medeiros adota o conceito de competição capitalista na visão de Schumpeter para desenvolver seu estudo. Ao analisar as transformações vividas pela cooperativa a partir dos anos 70, quando adotou modernas técnicas empresariais, o autor conclui que a COCAMAR continuou com um espaço limitado de operação no mercado capitalista que não lhe permitiu expansão contínua enquanto empresa cooperativa. Ressalta que essa limitação ocorreu a despeito de ter se transformado em agroindústria cooperativa e absorvido endogenamente o processo de inovação schumpeteriano. A cooperativa rompeu com os canais estáticos do fluxo circular de suas atividades operacionais, mas por possuir um quadro associativo composto por dezenas de milhares de associados, ela continuou a enfrentar sintomas de uma fragilidade estrutural.


43. Perfil e Comportamento das Empresas Inovadoras em Portugal: Uma Análise segundo a sua Dimensão

Ana María Barañano

A autora procurou identificar neste estudo as diferenças de comportamento das empresas inovadoras de Portugal, analisando principalmente as razões que levam estas empresas a empreender projetos inovadores, as fontes às quais recorrem para alimentar tais projetos, e os fatores de sucesso face à inovação. A pesquisa foi feita por amostragem. Numa primeira fase, foram enviados questionários para 652 empresas, distribuídas por todos os setores de atividade, escolhidas aleatoriamente. Na segunda fase, foram realizadas entrevistas com questionário fechado a uma sub-amostra de 28 empresas dos setores de moldes e de eletrônica. Os resultados mostraram a existência de diferenças de perfil e de comportamento entre as diversas empresas estudadas. A autora concluiu que, em relação ao comportamento inovador, as pequenas firmas têm todos os benefícios derivados da sua flexibilidade organizacional, enquanto nas grandes empresas a capacidade humana e material é a fonte geradora de todas as vantagens. No caso das pequenas, ficou constatado que elas respondem de forma rápida às mudanças da procura e da tecnologia, têm gestores dinâmicos e canais internos de comunicação fluidos. Já nas grandes empresas, as principais vantagens são a disponibilidade de pessoal altamente qualificado em diversas áreas cruciais para a inovação e a capacidade financeira para a diversificação do risco associado à inovação.

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44. Transformação ou Adaptação? Análise de um Processo de Mudança Organizacional

Lucy Woellner dos Santos e Elisa Yoshie Ichikawa

Este caderno traz resultados de uma pesquisa teórico-empírica sobre mudança organizacional. O processo de mudança estudado pelas autoras, ocorreu na condução da pesquisa agrícola em Santa catarina, com a implantação do Centro de Pesquisa para Pequenas Propriedades (CPPP). Criado, em 1983, na região Oeste do estado, o CPPP surgiu com a finalidade de desenvolver pesquisas voltadas ao pequeno produtor rural, com base em uma nova proposta metodológica, inédita até então no Brasil. As autoras adotaram como método de pesquisa o estudo de caso qualitativo, com a utilização das técnicas de pesquisa documental, entrevistas e análise de conteúdo, com a categorização e posterior interpretação dos dados. As autoras foram além da literatura organizacional, buscando as lógicas da ação e os pressupostos sociológicos que estão subjacentes a eles. Definiram os conceitos de mudança como “adaptação” e como “transformação”. A análise do caso mostrou que a mudança organizacional estudada tinha inicialmente uma proposta de transformação; mas sua operacionalização pautou-se numa lógica de ação mais condizente com um processo adaptativo.

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45. Edição Especial: O PROTAP e a capacitação em C&T: Reflexões e Experiências

Coordenadores: Jacques Marcovitch e Maria Selma Baião
Editor: Júlio Editor: Júlio César Rodrigues Pereira

Neste número especial dos Cadernos, o leitor encontrará o conteúdo das conferências da Mesa Redonda realizada no âmbito do PROTAP – Programa de Administração de Pesquisas Científicas e Tecnológicas. Sob o título de “O perfil do gestor do processo de inovação tecnológica no limiar do Século XXI”, reuniu reflexões que vão desde o nível das políticas até o setorial. O texto do Dr. Carlos Costa Ribeiro, traz uma estimulante discussão sobre as políticas de inovação tecnológica, suas características e tendências, seu vínculo com as estratégias de competitividade e com o ambiente de globalização da economia, que hoje redefine a questão nacional. O Dr. Tjerk G. Franken, argüi o que seja inovação provocando uma reflexão sobre este conceito na forma de categorias que designa hard e soft e ainda sob o prisma das oportunidades e potenciais, da demanda e da oferta, dos attraits et atouts. O Dr. Luis Fernando O. Gutman traz em sua contribuição a oportunidade de confrontação do teórico com o empírico, discutindo a experiência exemplar do setor petróleo no que tange a importância da gestão da inovação para competitividade – as políticas de um setor se confundem com as políticas nacionais e sua história, seu curso atual e suas tendências retratam a história, o curso e as tendências da gestão da inovação para a competitividade no cenário nacional.Do Workshop pode-se reunir as experiências de instituições de natureza variada. Denise Lucchesi relata as iniciativas do IPT, um instituto de pesquisas tecnológicas, no que interessa sua busca de entendimento com clientes tanto no que respeita a qualidade do atendimento como a prospecção de oportunidades. Luiz Carlos de Melo dá conta do amadurecimento organizacional de um instituto de pesquisas científicas e assistência médica, o Lauro de Souza Lima, fazendo um balanço de todas as reflexões teórico e metodológicas que hoje estão a nortear um revolucionário processo de mudança institucional. Hélio Gomes de Carvalho apresenta a experiência de uma instituição de ensino tecnológico, o CEFET, onde a aplicação de uma ferramenta de gestão corporativa, o MDPO – Metodologia de Delineamento e Resolução de Problemas Organizacionais – combinada a uma técnica de gestão da qualidade, o 5W2H, são aplicadas com sucesso no planejamento e reorganização institucional. Nery Cunha Vidal e Sueli Gonzales Saes descrevem a experiência de um instituto de pesquisa de normalização, padronização e referência de Saúde Pública, o Instituto Octávio Magalhães, na realização de um extenso plano de desenvolvimento institucional envolvendo planejamento estratégico, mudança organizacional, gestão de RH e gestão de projetos. Neste largo leque de experiências o leitor encontrará, certamente, mais do que uma estimulante reflexão sobre experiências concretas, um paralelo com objetos de seus próprios interesses.

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46. O Caso EMBRAER – Privatização e Transformação da Gestão Empresarial: dos Imperativos Tecnológicos à Focalização no Mercado

Roberto Bernardes

Neste estudo, o autor descreve e analisa o processo de privatização da EMBRAER - Empresa Brasileira de Aeronáutica - à luz do desenho das estratégias de transformação na filosofia de gestão empresarial, tecnológica e na sua moldura institucional, que priorizavam sintonizá-la ao atual ambiente de competição mundial de mercado, através da implementação de uma administração de resultados, um plano de ação para restauração e reestruturação da empresa, apoiado no lançamento de novos produtos e uma nova política de contratos, celebração de parcerias e alianças estratégicas. Adotou-se como critério metodológico a análise dos microfundamentos que nortearam as transformações internas da EMBRAER, quanto à sua gestão tecnológica e à formalização de um plano estratégico e de inteligência competitiva. Neste novo contexto, examinou-se também os limites para a implementação das políticas de competitividade para este setor.

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47. Ciência e Tecnologia para uma Governabilidade Democrática

Coordenador: Jesús Sebastián

Esta publicação é uma avaliação das relações que a Ciência e a Tecnologia têm com a Governabilidade Democrática nos países iberoamericanos. Para o coordenador do Caderno, Jesús Sebastián – investigador do Conselho Superior de Investigações Científicas da Espanha – o estudo das interelações entre a ciência, a tecnologia e a governabilidade continua sendo um tema delicado no âmbito Iberoamericano.

O objetivo desta publicação é duplo: por um lado, pretende ser um marco conceitual de relação da Ciência e Tecnologia com a Governabilidade, por mio de argumentos que fundamentem as possibilidades de troca e entendimento mútuos entre os políticos e a sociedade em seu conjunto. Por outro, seu objetivo é abrir um debate, assim como novas reflexões e argumentos que levem a uma visão articulada das relações entre C&T e Governabilidade Democrática.

Com artigos escritos por oito acadêmicos, a publicação é apresentada por Jesús Sebastián, que introduz o tema identificando o cenário e as lógicas que fundamentam as relações da ciência e Tecnologia com a Governabilidade. Isabel Licha, professora do Instituto Interamericano de Desenvolvimento social do BID expõe o assunto a partir da visão das Ciências Sociais, já Flávio Fava de Moraes, presidente do SEADE, faz uma análise sobre a perspectiva do ponto de vista do Poder Executivo.

Outro articulista, Francisco Javier Salazar Saenz (presidente da Comissão de C&T do México) escreve sobre o tema na visão do Poder Legislativo. Ernesto Fernández Polcuch da RICYT, aponta indicadores sociais e sua relação entre governabilidade e desenvolvimento em C&T. Henrique Rattner, da Associação Brasileira para o Desenvolvimento de Lideranças, analisa um dos impactos das tecnologias mais perceptíveis na sociedade, que é seu impacto sobre o binômio emprego/desemprego.

As conseqüências das políticas econômicas e dos modelos de desenvolvimento tecnológico sobre a governabilidade são tratadas por Fernando Machado, representante da ONUDI na América Central e Caribe. Ao final, Carlos Aguirre, presidente da Academia nacional de Ciências da Bolívia analisa as relações entre a C&T com a governabilidade a partir de uma perspectiva global e aponta alguns cenários futuros para o desenvolvimento da humanidade.


48. Innovación y Sendero Evolutivo en la Industria Farmacéutica: Los Casos de Argentina y España

Federico M.Santoro

O presente trabalho teve como objetivo realizar uma análise comparativa da evolução das indústrias farmacêuticas argentina (uma das mais evoluídas da Ibero-América) e espanhola, tanto no plano da inovação quanto de sua trajetória tecnológica. Analisou, ainda, o impacto dos planos públicos de fomento à P&D, em particular o plano FARMA espanhol e sua possível extrapolação à indústria farmacêutica argentina. A escolha do caso espanhol como contrapartida de estudo para o caso argentino baseou-se em análises prévias (Katz, 1988; 1992), que indicavam que o setor farmacêutico de ambos os países se encontrava em um estágio similar de maturação (estágio de maturação II). Ao mesmo tempo, em ambos os países se introduziu o patenteamento de produtos farmacêuticos em um estágio avançado de desenvolvimento e ambos contaram com um período de transição para o início efetivo das patentes para produtos farmacêuticos. Santoro recolhe a experiência prévia e os estudos realizados na Argentina pelo grupo do Dr. Jorge Katz e, em nível internacional, por R. Ballance. Questiona algumas das conclusões destes autores, em especial a que se refere à ificação de ambos os setores farmacêuticos como tendo o mesmo estágio de maturação. Neste sentido, o estudo de Santoro constitui-se numa continuação crítica destes trabalhos. O artigo demonstra a assimetria existente entre ambos os setores, particularmente no que se refere ao padrão de inovação e assinala que a trajetória tecnológica dos mesmos foi decididamente diferente no momento da entrada efetiva do novo marco normativo, caracterizado por patente de produto. Assinala, ainda, a débil situação tecnológica do setor farmacêutico argentino frente ao novo marco normativo e a necessidade de que os possíveis planos de fomento à P&D na Argentina levem em consideração as diferenças observadas no padrão de inovação entre ambos os setores analisados. Finalmente, cabe destacar que a pesquisa de Santoro constitui-se num aporte importante para o estudo do setor farmacêutico argentino e para o delineamento de planos de fomento à P&D que permitam desenvolver o único setor intensivo em ciência e tecnologia da indústria argentina que sobreviveu aos abalos econômicos dos anos 80 e à abertura de mercado unidirecional e indiscriminada dos anos 90.


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